Investidor anjo no Brasil, atuação e quem acompanhar

04/01/2022
Você sabe quem são os principais nomes do investimento anjo no Brasil e quais são as perspectivas da atualidade para o setor? Confira!

Descubra quem são os investidores anjos do Brasil, como é a sua atuação e quais são as perspectivas para os próximos anos. Veja um panorama sobre a modalidade.

De acordo com uma pesquisa feita pelo Sebrae, 30% das startups encerram suas atividades ainda no primeiro ano. Para 40% dos fundadores, a razão disso é a dificuldade de conseguir capital. A tendência é que, nos próximos anos, a situação melhore. O número de investidores anjo no Brasil é crescente.

Isso quer dizer que existirão mais investidores dispostos a investir em startups brasileiras nas primeiras fases. Mais que só capital, os especialistas oferecerão ao empreendedor sua expertise e rede de contatos para fazer seu negócio crescer. Dessa forma, os resultados serão ainda melhores.

Mas, quem são os nomes por trás da modalidade e como é a atuação dos investidores anjos no Brasil? Reunimos essas e outras informações ao longo deste artigo. Acompanhe!

Como é a atuação dos investidores anjos no Brasil

A categoria de investidores anjos no Brasil é recente. O setor ainda está em desenvolvimento, visto que possui poucos investidores efetivados. No entanto, é nítido o crescimento. Em 2016, eram 7.070 profissionais e em 2021, mais de 8.000.

O valor médio investido também aumentou mais de 44%. Em 2011, eram R$85 mil, já em 2019, foi para R$129 mil. Além disso, segundo um estudo divulgado pela revista Exame, o valor aportado mais que dobrou. Passou de R$450 milhões para mais de R$1 bilhão.

Durante a pandemia, em 2020, o montante teve uma pequena queda devido às incertezas. Porém, em pouco tempo, a situação começou a melhorar novamente. Tanto que a expectativa para 2021 é que o valor investido volte ao patamar de 2019.

Paralelamente, para que a economia continuasse crescendo, muitos países reduziram as taxas de juros, aumentando a liquidez. Como resultado, expandiram as possibilidades e oportunidades para investir. Isso sem falar na crescente de novas soluções. Logo, mesmo tendo a oscilação no início de 2020, ao final, as coisas começaram a se estabilizar.

Ao analisar o cenário macro, é preciso estar atento a alguns detalhes. O total investido pelos investidores anjos no Brasil corresponde a 11% do valor investido em startups brasileiras. Em contraponto, quando comparado aos Estados Unidos, o valor aportado é cerca de 134x menor. 

Além do mais, o número de investidores anjos norte-americanos é quase 40 vezes maior que o nosso.  Existem três motivos principais para essa diferença. A falta de estímulos fiscais no Brasil, a dificuldade de sair de um negócio e a ausência de bons projetos. 

Para que a situação melhore, é fundamental realizar mudanças tributárias e fiscais. Em alguns países, há isenção de imposto de renda para os investidores da modalidade. O objetivo é estimular o empreendedorismo.

Quem são os investidores anjos do Brasil

O perfil dos investidores anjo do Brasil é composto por, maioritariamente, homens, empresários e empreendedores, com 44 a 48 anos. Entre as principais áreas de atuação, estão os executivos, profissionais dedicados a investimento e profissionais liberais. Segundo um estudo da On The Go & Poli Angels, suas áreas de interesse são:

  • fintechs (29%);
  • agritechs (27%);
  • varejo e logística (27%);
  • marktechs (26%);
  • heathtechs (25%);
  • edutechs (20%);
  • HRtechs (19%);
  • Foodtechs (14%);
  • Construtechs (14%);
  • TI, SAAS e IOT (12%);
  • Legaltechs(11%);
  • Mobilidade (9%);
  • Entretenimento (5%);
  • Turismo, Telecom, Energia, Pet e Biotechs (2%).

Conforme a mesma pesquisa, feita com 104 investidores anjos, 25% deles investem em startup por, pelo menos, cinco anos. Lado a lado, 25% começaram a investir entre 2015 e 2018, sendo que o restante, nos últimos três anos.

Outro dado que chama atenção é que mais da metade dos investidores “fizeram carreira” em outras empresas antes de investir. O primeiro aporte veio só após já ter experiência na área. Sendo que, para 63% deles, investir em grupo é muito mais interessante do que investir sozinho (41%).

A seguir, separamos em ordem alfabética alguns investidores anjos do Brasil que valem a pena conhecer.

Anderson Diehl

Sócio e investidor anjo da SuiteShare, startup que teve resultados surpreendentes durante a pandemia, Anderson Diehl acumula experiência na área. Por três anos consecutivos, ele foi finalista na categoria de Startups Awards da Abstartup. Isso sem falar no seu extenso currículo no setor da inovação.

Bedy Yang

Única mulher na nossa lista, sócia de mais de 500 empresas do Brasil, Bedy Yang luta pela diversidade. Em mais de uma entrevista, já se posicionou sobre o tema. Enquanto investidora, investiu na Descomplica, VivaReal, ContaAzul, Ingresse, IDwall, entre outras.

Em 2009, criou uma rede global que conecta empreendedores com investidores do Vale do Silício.

Benício Filho

Empresário a vinte cinco anos no segmento de tecnologia, investe sistematicamente em startups há dez anos. Com portfólio variado, fundou a pouco mais de dois anos em Portugal a Core Angels Atlantic. Fundo de investimento formado por investidores anjos que tem como tese investir em startups brasileiras com produto e serviço para o mundo. 

Seu portfólio de investidor é composto pela Easy Crédito, Repassa, Trakto, Super Agendador, Vegpet; entre outras startups.

Brian Requarth

Fundador da Viva Real, startup referência no setor imobiliário, Brian utiliza da sua experiência na área para investir no segmento. Por causa disso, seu nome está associado a grandes sucessos no mercado imobiliário, como o recém-unicórnio QuintoAndar, LoveMondays, Decoratti etc.

Camila Farani

Maior investidora anjo brasileira, a Camila também trabalha como colunista na Gazeta do Povo, Estado de São Paulo e Forbes. Para ela, o empreendedorismo é uma ferramenta de mudança. Tanto que um dos seus principais objetivos é trazer mais mulheres ao setor.

Como investidora, tem participação em mais de 30 startups e é um dos membros da Shark Tank Brasil.

Célio Fabiano

Co-fundador da Êxito Solution, Desk Maneger e 3IN Capital e investidor anjo, Célio Fabiano é referência no setor de tecnologia. Com mais de 20 anos no mercado, esteve envolvido em projetos de gestão pública e privada.

Eduardo Smith 

Mentor e investidor no Brasil e nos Estados Unidos, Eduardo Smith ensina a investir com bitcoins. O propósito de seu curso é ensinar como ele conseguiu faturar quase R$1 milhão de reais em somente 3 anos. Em 2017, concorreu ao prêmio de investidor anjo na Startup Awards. 

Fabiano Nagamatsu 

Membro da Shark Tank Brasil, top 3 mentores da Startup Awards, Fábio conquistou o 1º lugar do ranking da InovAtiva Brasil. O propósito da premiação é coroar nomes fundamentais para a comunidade de startups no Brasil. Como empreendedor, está a frente do IDE Bank, Planvet, Espiral Soluções Empresariais e Amplie Benefícios.

Fábio Povoa

Professor na Unicamp, Fábio Povoa é o fundador da Movile, subsidiária do iFood, e do Sympla. Sócio e Investidor líder da Smart Money Venture, sua capacidade de investimento ultrapassa os R$160 milhões. Ele é considerado como um dos cases de sucesso de investimento anjo no Brasil. 

João Kepler

Escritor, investidor anjo, conferencionista, apresentador de TV e podcaster, estas são as principais competências de João Kepler. Além de tudo isso, ele é fundador da Bossanova, fundo mais ativo de Venture Capital da América Latina. Mesmo durante a pandemia, um período de incertezas, eles conquistaram o prêmio de Startup Awards.

Tudo isso graças ao meticuloso e completo serviço prestado.

Júlio Vasconcellos

Enjoei, Viva Real, Descomplica, Gupy, Méliuz e Revelo são alguns nomes do portfólio do investidor anjo Júlio Vasconcellos. Para mais, foi o co-fundador do Peixe Urbano e primeiro funcionário do Facebook. É um dos nomes referência no Brasil de investidores anjos.

Luciano Tavares

Fundador e CEO da Magnetics, fintechs do setor de investimentos, Luciano Tavares é um especialista do mercado financeiro. Com mais de 20 anos de experiência na área, ele acredita na tecnologia como uma ferramenta de democratização das finanças. Durante a sua carreira, já foi vice-presidente da Merrill Lynch no Brasil.

Marcos Poli

Com mais de 20 startups investidas e 5 anos de experiência como investidor anjo, Marcos Poli foi, também, empreendedor. Experiente em ambos lados, ele busca disseminar o investimento anjo no Brasil. Mais que isso, fortalecer a relação entre o nosso país e os Estados Unidos no setor.

Paulo Mariotto

Premiado entre os 10 melhores investidores anjo do Brasil, Paulo Mariotto atua há mais de 20 anos no setor financeiro. Para além de investir em empresas, ele busca ajudar empreendedor a atingir seu potencial máximo. Já são mais de 25 startups investidas.

Dica: Guia definitivo sobre como se tornar investidor anjo!

Quais são as iniciativas dos investidores anjos

Associações de investidores anjos para conectar empreendedores aos investidores, acompanhando o investimento, é um exemplo de iniciativa recente. Existem diferentes versões e formatos da mesma. Uma instituição da atualidade que chama atenção é a Gávea Angels. O propósito da organização não governamental é criar uma rede de relacionamentos.

Além do capital investido e do networking, a instituição possui um setor de gestão para auxiliar os empreendimentos. Para isso, conta com modelo de contrato padrão. Ademais, a organização se dispõe a ser o elo entre o empreendedor e o investidor anjo.

Outra iniciativa que vem se destacando é a Insper Angels. Assim como a Gávea Angels, seu propósito é unir empreendedores e investidores. Porém, aqui, o investidor anjo é prioridade. As redes de networking e as mentorias são o seu diferencial.

Quais são as perspectivas dos investidores anjos em 2021

Considerando a queda nos aportes que tivemos em 2020, a expectativa para 2021 é o retorno à “normalidade”. Espera-se que o número de investidores continue a crescer, que o valor investido aumente e novos unicórnios surjam. Para mais, outros segmentos de startup se destacarão nos próximos anos.

A expectativa é o aprofundamento dos primeiros sintomas vividos em 2020. Maior valorização de soluções com forte base digital e móvel. Ou seja, produtos e serviços práticos, sem restrição geográfica e que evitam o contato entre pessoas. Por exemplo, marketplaces, e-commerces, plataformas de automação, entre outros.

Além disso, durante o período de isolamento, novos valores se consolidaram como prioridade. Por exemplo, a valorização do bem-estar dos consumidores, da saúde, da educação e de opções que preservem o meio ambiente. Tanto que há uma crescente das startups sustentáveis e de programas que buscam a inclusão financeira.

Existe, também, um cenário de inclusão social. Mais mulheres em cargos de gerência. No setor do investimento anjo, os discursos de Bedy Yang são um exemplo. Já nos novos modelos de negócio, existe a eclosão de empresas com causas sociais.

Simultaneamente, a pandemia acelerou a digitalização dos mais variados setores e segmentos. Dessa forma, a Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução Industrial está mais presente do que nunca. É previsto a ascensão do uso das tecnologias em todas as etapas do processo. 

Portanto, startups focadas em tecnologias emergentes, inteligência artificial, blockchain e internet das coisas se destacaram. Isso sem falar no uso desses recursos para otimização e automatização do setor produtivo.

Como vimos ao longo desse artigo, nos últimos anos, vimos uma crescente na modalidade de investimento anjo no Brasil. Não só aumentaram os números dos investidores, como também, o valor aportado. Mesmo com a pandemia, o setor continuou a crescer. Em ritmo mais lento, mas com progresso. 

Neste contexto, para quem busca investimento, alguns nomes chamam atenção. Anderson Diehl, Bedy Yang, Benício Filho, Brian Requarth, Célio Fabiano, Júlio Vasconcellos e Luciano Tavares são investidores anjo para acompanhar.

A expectativa para 2021 é a estabilização desse cenário, acelerando o crescimento. Para mais, a tendência é que, nos próximos anos, novas soluções em startup surjam, juntamente a valorização de determinados segmentos. Por exemplo, as startups voltadas para TI, SAAS e IOT.

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