Apesar da crise econômica causada pela pandemia, o mercado de startups no país tem registrado crescimento e este ano a previsão é de que os investimentos sejam maiores do que o ano passado
O número de startups criadas nos últimos anos tem colocado o Brasil como destaque mundial em projetos inovadores e chamado a atenção de investidores locais e internacionais. Prova disso é que, em plena crise econômica, causada pela pandemia, os investimentos no setor ultrapassaram o número de R$9 milhões em 2020, e grande parte desse valor veio de investimentos externos.
Confira neste artigo, o panorama para o mercado de startups no Brasil, e conheça quais são as empresas mais promissoras.
O Mercado de Startups no Brasil
Atualmente o Brasil conta com cerca de 13 mil startups ativas, de acordo com a Abstartups – Associação Brasileira de Startups. Esse número cresceu 27% em relação a 2018, por exemplo, quando eram apenas 10 mil empresas.
Além do número expressivo de negócios no país, o mercado de startups também é muito promissor. Tanto é que, este ano, nos primeiros quatro meses, o segmento já apresentou um crescimento de 187%, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com relatório apresentado pela Distrito, empresa de inovação.
Esta pesquisa também apontou que, entre os meses de janeiro a setembro de 2020, período auge da pandemia no país, mais de 100 aquisições de startups foram realizadas no Brasil. E, neste mesmo período, o volume total de aportes realizados em novas empresas foi de US$2,2 bilhões, e registrou um recorde histórico de 322 cheques.
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As startups brasileiras na mira dos investidores
As startups brasileiras apresentam soluções inovadoras, com base tecnológica. Por contarem com um rápido e escalável crescimento, em que há aumento de ganhos, sem custos inflados, estimulam o investimento de risco.
Este modelo de negócio tem chamado cada vez mais a atenção de investidores de capital externo no país, visto que o Brasil apresentou uma queda da taxa de juros que ocasionou a saída dos bancos e de investimentos mais conservadores, para investimentos que apresentam um pouco mais de riscos. Como resultado, as startups vêm ganhando espaço na economia brasileira por meio da inovação.
Ainda de acordo com a pesquisa apontada pelo Distrito, no ano passado foram investidos mais de US$3,5 bilhões, através de 470 rodadas de investimentos. Essa realidade demonstra que o ecossistema de startups no Brasil vive um período de maturidade e, mesmo com as incertezas econômicas, reflete um segmento bem-sucedido.
Um ano de Fusões e aquisições
2021 já chama a atenção também pelo número de fusões e transações já realizadas no mercado de startups do Brasil. Já foram 56 transações, sendo a maior parte concentradas no setor de Retail Tech, cerca de 16%. As Fintechs, estão em segundo lugar, com 14% do total, e T.I, em terceiro, com 12%.
O mês de março foi o período que apresentou maior número de fusões e aquisições, totalizando 30 transações. O grande destaque ficou para a compra da Resultados Digitais pela Totvs, que investiu aproximadamente US$320 milhões pela martech catarinense.
A lista de unicórnios brasileiros cada vez maior
Além do crescimento do número de startups no Brasil, e da quantidade de investimentos nos projetos brasileiros, o ano passado também foi o ano de ganhar quatro novos unicórnios. Ou seja, empresas que atingiram o valuation de US$ 1 bilhão. Veja quem são:
- Creditas;
- C6 Bank;
- Ebanx
- Loft;
- Vtex.
Já este ano, a startup de Curitiba, capital do Paraná, MadeiraMadeira tornou-se o mais novo unicórnio brasileiro, quando recebeu o aporte de US$ 190 milhões em uma rodada de investimentos e passou a ser avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Além de entrar para a lista de unicórnios brasileiros, a empresa tornou-se o maior e-commerce de produtos para casa do país.
E a Hotmart, plataforma online para distribuição e vendas de produtos, foi anunciada como segundo unicórnio deste ano. A empresa recebeu em março um aporte de R$735 milhões, o que representa US$ 130 milhões, numa rodada de investimentos série C, liderada pela TVC e com participação da Alkeon Capital.
Ao todo, já são 15 startups no mercado brasileiro consideradas unicórnios. As demais são:
- Gympass – aplicativo com foco no bem-estar, que tem o objetivo de reduzir uma linha de custos das empresas e facilitar o acesso do público a serviços de atividade física.
- Loggi – startup de tecnologia, que conecta empresas, consumidores e motofretistas
- Movile (iFood) – se tornou um unicórnio em novembro de 2018.
- Nubank – fintech que se tornou o terceiro unicórnio brasileiro no fim de 2018.
- QuintoAndar – empresa de tecnologia especializada em aluguel de imóveis.
- Stone – uma Fintech que atua como processadora de pagamentos.
- Wildlife – startup de jogos para celular.
- 99 – startup de aplicativos de transporte particular e a primeira a se tornar unicórnio no país, em 2018.
Expectativa para mais 17 unicórnios brasileiros
Os “próximos” unicórnios já foram anunciados, por meio do levantamento “Corrida dos Unicórnios”, realizado anualmente pela empresa de inovação aberta Distrito. No relatório, a pesquisa aponta 17 possíveis startups brasileiras a se tornarem unicórnios este ano.
São elas:
- ContaAzul;
- Dr. Consulta;
- Neon;
- Minuto Seguros;
- Petlove;
- CargoX;
- Solinftec;
- Superlógica;
- Tembici;
- Fazenda Futuro;
- Zenvia;
- Buser;
- Take Blip;
- Cortex;
- Contabilizei;
- Pipefy;
- Olist.
Expectativas também para “minicórnios”
Além da expectativa dos próximos unicórnios, o mercado brasileiro também aguarda os próximos “minicórnios”, ou seja, startups menores, mas que contam com um grande potencial. Acompanhar essas empresas é um excelente exercício para observar de que maneira irão atingir um crescimento acelerado e irão escalar as suas operações, para levar seus negócios para um novo patamar.
A Tracxn empresa de pesquisa em inovação, foi responsável por elencar as candidatas. Confira:
– A55
– Agrosmart
– BizCapital
– Colab
– Cortex Intelligence
– DogHero
– FinanZero
– Flapper
– Fretebras
– GetNinjas
– idwall
– Ingresse
– Kenoby
– Kovi
– Kryptus
– Liv Up
– Magnetis
– Órama
– Quanto
– Rebel
– Rock Content
– Trocafone
O futuro do mercado de startups no Brasil
Além do crescimento sustentável que o setor vem apresentando há duas décadas, e de maneira mais intensa nos últimos cinco anos, espera-se ainda mais crescimento para este ano, principalmente entre grandes empresas e startups.
Visualizando um futuro próximo, é possível também esperar novidades nas questões regulatórias, com oportunidades como a criação do Marco Legal das Startups. Um projeto de lei que foi enviado ao Congresso Brasileiro pelo Palácio do Planalto e que promete desburocratizar as condições para a abertura de empresas inovadoras, bem como a contratação dessas empresas para agentes públicos. A expectativa é de que o projeto seja votado até o final do ano na Câmara.
Se aprovado o texto, as startups irão poder passar a contar com o dinheiro de investidores, sem que estes, necessariamente, façam parte do capital social, direção e poder de decisão da empresa. Porém, os investidores também terão a opção de realizar a compra futura de ações do negócio ou de resgatar os títulos emitidos pela beneficiada, entre outras coisas.
Fintechs devem continuar crescendo
A necessidade de digitalização proporcionada pela pandemia ampliou a necessidade de recursos, tanto por parte de pessoas físicas quanto jurídicas. Esse cenário estimulou a busca por empréstimos intermediados por fintechs de crédito e bancos digitais.
Também se vê muito potencial para projetos inovadores no setor financeiro, como open banking – que objetiva facilitar a troca de dados entre instituições bancárias, e o Pix, sistema de pagamentos.
A expectativa é que o volume de crédito intermediado por essas empresas financeiras cresça de maneira exponencial neste ano.
Health techs trazem uma nova visão para a saúde
As startups que trazem soluções tecnológicas e inovadoras para a área de saúde também são grandes apostas para o ano de 2021. A crise da saúde está abrindo grandes possibilidades e oportunidades para serviços de saúde que antes não eram contemplados pelos grandes players de mercado, como tratamentos preventivos mais eficientes, serviços personalizados, profissionalização e digitalização de hospitais e instituições, acompanhamentos mais diretos, diagnósticos mais efetivos, entre outros.
Espera-se também uma regulação nas consultas médicas online, já que a telemedicina está aprovada em caráter somente emergencial, mas que pode ser revogada assim que a pandemia acabar.
Surgimento de novos investidores
O cenário do mercado de startups no Brasil é tão promissor que estão surgindo novos grupos de investidores. São grupos empresariais, que já são consolidados em outros segmentos de mercado, mas que agora estão direcionando seus olhares para as startups como grandes oportunidades.
Estes novos investidores são atraídos pela alta de demanda de produtos e serviços digitais do mercado, e pela própria legislação que está com a promessa de garantir a segurança jurídica para os empreendedores.
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