Guia definitivo sobre como se tornar investidor anjo!

02/12/2021
O investimento anjo é uma modalidade de aplicação que vem crescendo. Neste guia completo você vai descobrir como se tornar investidor anjo. Confira no blog!

1. Introdução

O investimento anjo é uma modalidade de aplicação que vem crescendo, assim como os valores que são colocados em jogo. Com isso, muitos investidores estão buscando maneiras de entrar nesse ecossistema, tanto para ampliar a diversificação de suas carteiras quanto para impulsionar negócios promissores e lucrar com eles. 

Mesmo com a retração de grande parte dos setores — em razão da crise de 2020 — o investimento anjo se mostra na contramão desse cenário. Por mais que as quedas afetem os resultados, as perspectivas são promissoras.

Para que se tenha uma ideia do crescimento, somente em janeiro de 2021 foram aplicados mais de US$600 milhões em startups brasileiras. Na verdade, isso não é uma surpresa, pois as startups são negócios com resiliência frente às crises. Dessa forma, os investidores anjo buscam impulsionar essas companhias inovadoras para aproveitarem as oportunidades que surgem nos mais diversos cenários. 

No entanto, o investimento anjo não é algo feito do dia para noite. É preciso entender esse ecossistema e estudar as suas estratégias de investimento. Dada a importância do assunto e as dúvidas mais recorrentes sobre o tema, nós, do Portal Angels Investor Club, preparamos este guia.

Não distante, vale a pena frisar que o investidor Anjo é aquele que acredita que bem além do seu capital financeiro, pode contribuir com sua inteligência e experiência adquirida. O chamado Smart Money é essencial. O Investidor Anjos investe em pessoas capazes de criar soluções que geram riqueza. Quem decide ser investidor Anjo, começa a compreender seu propósito no mundo. 

Nele, estruturamos um passo a passo para que você se torne um investidor anjo desde o início. Acompanhe e entenda.

2. Passo 1: entender quem de fato é o investidor anjo

Nos últimos anos, muito tem se falado dos investidores anjo e como eles ajudam negócios promissores a alavancarem no mercado. Entretanto, você sabe o que é um investidor anjo e qual o papel dele nas startups?

Antes de entrar nesse mercado, é preciso entender o perfil e as funções dessa figura nas empresas. Vamos entender.

2.1. O papel do investidor anjo

O investidor anjo é um empreendedor, executivo ou autônomo que tem capital suficiente para aplicar em startups e conhecimento para também doar parte do seu tempo auxiliando os empreendedores.  Geralmente, são pessoas que já tiveram sucesso em seus ramos de atuação ou em seus próprios negócios.

Ele também precisa dispor de tempo e conhecimentos sobre o mercado, além de ter um bom networking — é assim que, normalmente, as oportunidades de investimentos surgem. Mas o que esse anjo faz? Somente investe o seu patrimônio? Não. 

O papel do investidor anjo engloba uma série de participações, sendo que parte delas nem mesmo estão relacionadas ao dinheiro em si. A atuação dele também está relacionada ao capital pessoal, como os conhecimentos de mercado, estratégias de gestão, marketing e networking para a startup — esses recursos são chamados de smart money

Ou seja, além da aplicação de patrimônio próprio para que o negócio possa investir em seus projetos, os investidores podem ajudar em toda a criação da imagem e gestão da empresa. 

Então, além do capital aplicado, o investidor anjo pode atuar como:

  • recrutador: contração estratégica de pessoal que ajude a impulsionar o crescimento da startup;
  • conselheiro: o investidor anjo também pode usar sua bagagem de conhecimentos para orientar e aconselhar os sócios nas decisões complexas;
  • consultor: atua prestando consultoria para a alta administração, compartilhando seus erros e acertos;
  • networker: ajuda a empresa a ampliar a sua rede de contatos, conectando investidores, empresas e oportunidades de negócios.

Na legislação, o investidor anjo está na Lei Complementar 155/2016, que prevê dos seus direitos e deveres. O mais importante a ser ressaltado dessa lei é que investidor anjo não é sócio da startup. Ou seja, você não se torna o responsável por recuperações judiciais, ações na justiça, nem mesmo dívidas.

2.3. O perfil do investidor anjo

Os investidores anjo são pessoas que já passaram por fracassos e acertos, aprenderam com os erros e usam a sua bagagem, e patrimônio, para impulsionar outros negócios e lucrar.

Esses investidores são empreendedores ou outros profissionais realizados profissionalmente, mas que buscam diversificar os seus investimentos. Afinal, por mais que representem um divisor de águas no crescimento das startups, eles também objetivam o retorno financeiro.

No entanto, é preciso desmistificar que para ser um investidor anjo é necessário ser milionário, ou dono de grandes fortunas e bens. Isso porque é possível fazer um investimento coletivo com outros anjos, diversificando riscos e ampliando as oportunidades.

Entre os três requisitos básicos de um investidor anjo, destacamos:

  • experiência no setor onde pretende investir;
  • patrimônio para aplicar;
  • tempo e vontade de ensinar, aprender e estudar.

2.4. Smart Money: nem todo capital é dinheiro 

Um conceito que os investidores anjo também precisam se aprofundar é o Smart Money. Como dissemos, nem todo capital e contribuição é em dinheiro. Inicialmente, esse termo era utilizado em jogos. 

Aqueles apostadores que tinham informações privilegiadas sobre a partida ou que tinham conhecimentos a seu favor que os demais não apresentavam, falava-se que eles tinham smart money. 

Muitos empreendedores que já têm sucesso em suas carreiras, construíram uma grande bagagem de experiências e conhecimentos. Com isso, eles podem ajudar no crescimento de uma startup compartilhando erros e acertos, orientando e ensinando os melhores caminhos. 

Esses investidores anjo auxiliam em decisões, insights e podem até mesmo dar suporte em negociações com outros investidores. Ou seja, eles contribuem com a sua expertise. Para que tenha uma ideia, Warren Buffett, por meio da sua empresa Berkshire Hathaway, já fez e ainda faz investimentos do tipo smart money. 

2.4.1 Vesting 

O que o investidor anjo ganha com o smart money? Ações? Direitos? Dinheiro em conta? Um dos contratos utilizados por esse tipo de capital é o vesting. Ele determina participações progressivas que são proporcionais ao envolvimento na startup. 

Também chamado de term sheet, esse contrato pode estabelecer diferentes condições e direitos. Por exemplo, podem ser definidas metas e objetivos que, se alcançados, são trocadas por participações. O aumento do portfólio ou da carteira de clientes costuma ser uma dessas atuações. 

3. Passo 2: Entender termos do ecossistema de inovação das startups 

Os iniciantes no mundo das startups e do investimento anjo precisarão lidar com alguns termos e conceitos desconhecidos. É fundamental entender o vocabulário para entender sobre os processos de negociação e mercado. 

Pensando nisso, separamos alguns conceitos que você deve ter em mente nesse ecossistema. 

3.1. Ecossistema 

Ecossistema de startups, ecossistema de inovação. Essas são algumas variações de um dos termos mais comuns quando se trata de empresas inovadoras e dos investidores anjo. 

Esse termo é utilizado porque no universo dos investidores anjo há um trabalho mútuo e colaborativo para que todos (empresa e investidor) cresçam e se desenvolvam, assim como é na conceito de ecossistema da biologia. 

Cada contribuinte, agente, investidor ou participante desse meio é chamado de player, podendo ser também instituições públicas e privadas. 

3.2. Incubadoras 

As incubadoras são projetos ou programas ligados a outras empresas, ou organizações, com o objetivo de apoiar as startups. Geralmente, são instituições sem fins lucrativos, públicas ou privadas, que desejam impulsionar negócios com perspectivas de crescimento e que podem mudar a sociedade. 

Normalmente, são startups que buscam suprir alguma necessidade regional ou governamental. Por exemplo, no setor de telecomunicações, ou saúde. Para isso, essas empresas precisam apresentar um plano de negócio sólido e bem estruturado, pois as incubadoras baseiam o seu suporte em modelos de consultoria. 

Elas podem contribuir com, por exemplo, cursos para os fundadores das startups, ou disponibilização de espaços físicos. 

3.3. Aceleradoras 

As aceleradoras são empresas que ajudam nas etapas após o trabalho das incubadoras. Ou seja, elas auxiliam aquelas que já passaram a fase embrionária e precisam de crescimento rápido para não serem “engolidas” pela concorrência e pelos grandes players do mercado. 

Isso acontece porque o tempo é um recurso que muitas startups não têm ao seu favor. O mercado não espera que elas cresçam e se desenvolvam. Portanto, as aceleradoras são aquele empurrãozinho a mais. 

No entanto, ao contrário das incubadoras, as aceleradoras ajudam desde que tenham ganhos com isso. Geralmente, elas têm participações naquelas startups que estão conseguindo crescer com os recursos. Além disso, grande parte das aceleradoras são empresas privadas e geridas por investidores experientes. 

3.4. Parques tecnológicos 

Os parques tecnológicos são centros que reúnem universidades, startups tecnológicas e indústria com o objetivo de realizar pesquisas e promover a inovação. Esses polos buscam trabalhar em conjunto, promovendo a cooperação entre essas instituições. 

Esses espaços têm a estrutura física adequada para possibilitar estudos, projetos e impulsionar transformações que geram impactos econômicos e sociais. 

4. Passo 3: Conhecer o mercado de startups do Brasil

Startups são empresas com modelos de negócios inovadores, escaláveis e com a tecnologia como cultura. São exemplos desse tipo de empresa:

  • Uber;
  • Nubank;
  • Banco Inter;
  • Airbnb;
  • Spotify.

Para se tornar um investidor anjo, você precisa entender o ecossistema desse tipo de negócio. Isso é importante para que não invista o seu dinheiro em um mercado desconhecido e para que possa agregar conhecimento na companhia.

Primeiramente, você precisa se manter atualizado sobre o setor de startups, principalmente aqueles que você pretende investir. O ideal é acompanhar dados e estatísticas do ecossistema, de forma que entenda quais são as tendências, perspectivas e oportunidades que poderá aproveitar.

Para que tenha uma ideia, em 2021 a tendência é de crescimento no setor das startups. A projeção é de 10%, sendo esse um número promissor considerando a retração causada pela pandemia em 2020.

O destaque fica por conta dos modelos de negócio em cibersegurança, atendimento digital e ferramentas de produtividade. Essa tendência é um reflexo das mudanças de hábitos gerados pela pandemia, como o trabalho remoto e as compras online.

Outra pauta que deverá fazer parte dos seus estudos são os tipos de startups de acordo com o mercado de atuação e modelo de negócio. Assim, identifica aquele que você tem mais conhecimentos para ajudar tanto com os investimentos financeiros quanto com smart money (conhecimentos, estratégias, networking e outros).

4.1. Tipos de startups

As startups são classificadas conforme o seu modelo de negócio. Essa categorização pode ser em seis tipos: 

  • Scalable startups;
  • Large company startups;
  • Small business startups
  • Buyable startups;
  • Lifestyle startup;
  • Social startups.

Vamos entender como cada uma dessas organizações atuam no mercado.

4.1.1. Scalable startups

São startups com modelo de negócio replicável e que, por isso, têm grande potencial de expansão com os investimentos certos. Geralmente, as scalables já estão em funcionamento e geram algum caixa.

Porém, precisam de recursos para ampliar a sua atuação, aumentar a carteira de clientes e os lucros. Normalmente, esses negócios estão em busca de um capital de risco. É exatamente aí que o investidor anjo começa a fazer o seu papel.

4.1.2. Large startups

Large Startups são empresas com um bom tempo e experiência de mercado e que já são grandes. No entanto, estão em busca de inovação e diferenciação do seu modelo. Ou seja, estão em processo de adaptação às novas tecnologias e formas de consumo.

Reinventar-se é uma estratégia necessária para se manter competitivo, já que os mercados se transformam de maneira acelerada e os contextos dos consumidores e indústria mudam constantemente.

4.1.3. Small business startups

Nem todas as empresas nascem com o objetivo de serem robustas no mercado, afinal, há variados modelos de negócio. As small business são empresas que não têm a intenção de grandes expansões. São companhias iniciantes, sem muitos contatos ou experiência de gestão e comandados por empreendedores individuais

Entretanto, tem potencial de receita e movimentam as economias locais. Geralmente, é uma opção interessante para investidores anjo que estão começando e não tem muitos recursos para aplicar, mas querem diversificar a sua carteira.

4.1.4. Buyable startups

Buyable (em tradução, comprável) são empresas que precisam de investidores anjo para executarem e expandirem as suas ideias. Essas startups tem modelos de negócios que, normalmente, são lançados para serem vendidos para grandes corporações. O Google, por exemplo, costuma comprar soluções de startups. Além disso, esse tende a ser um investimento de risco, mas com alto potencial de retorno.

4.1.5. Lifestyle startup

São startups movidas por pessoas que realmente amam o seu trabalho e o que fazem. Essas empresas são movidas por sonhos e por um estilo de vida dos profissionais. Além disso, o dinheiro não é o único objetivo que move esses negócios, mas sim a diferença que eles podem fazer.

4.1.6. Social startups

As social startups buscam causar impactos positivos na sociedade e no mundo. São empresas que buscam melhorar a comunidade, a vida de seus colaboradores e regiões onde atuam. São modelos de negócio que buscam fazer alguma contribuição social com as suas atividades.

4.2 Segmentos de startups 

Os tipos de startups são categorizados conforme o modelo de negócio, já os segmentos dizem respeito ao mercado em que elas atuam e estão inseridas. 

Separamos alguns dos principais setores para que você entenda. 

4.2.1. Fintechs 

As fintechs (união dos termos financial e technology) são startups do setor financeiro. São negócios com o objetivo de inovar, desburocratizar e digitalizar os serviços desse setor. Um exemplo disso são os bancos digitais, como Inter, Nubank e outros. 

Eles usam a tecnologia para oferecer soluções mais acessíveis e facilitadas, reduzindo as burocracias comuns dos bancos tradicionais. Eles atuam com cartões de crédito e débito, contas PF e PJ, produtos de investimentos, empréstimos, seguros e demais serviços financeiros. 

Porém, as fintechs não se restringem aos bancos. Também há startups financeiras que atuam com investimentos coletivos (como crowdfunding), seguradoras, empréstimos e outros. 

4.2.2. Healthtechs 

Heathtechs são startups do setor da saúde. São empresas tecnológicas que atuam com clínicas, consultórios, hospitais e procedimentos modernizados (incluindo exames, autoatendimento, telemedicina e cirurgias). 

Não é novidade que a área da saúde brasileira enfrenta muitos problemas e desafios, principalmente relacionados às verbas e acessibilidade dos serviços e tratamentos. 

De acordo com levantamento da Agência Nacional de Saúde (ANS), menos de 25% da população do Brasil tem acesso à rede privada de saúde. Além disso, com mais de 75% dependendo somente do SUS, com o envelhecimento e aumento da expectativa de vida, a tendência é que esse acesso se torne mais difícil. 

Com isso, as healthtechs buscam utilizar tecnologias e inovações para facilitar e tornar os atendimentos mais acessíveis, reduzir as superlotações e otimizar os recursos do setor. 

Exatamente por isso que esse tende a ser um mercado promissor no Brasil. Para que se tenha uma ideia, entre os anos de 2018 e 2020, o Brasil foi de 248 healthtechs para 542 — segundo o relatório Distrito Health Tech Report 2020. Além disso, a perspectivavas para 2021 e os próximos anos são de crescimento ainda mais acelerado. 

4.2.3. Agritechs 

Unindo a agricultura e a tecnologia, as agritechs atuam na gestão de lavouras, na agricultura de precisão e outros processos do agronegócio. Apesar de ser uma das atividades mais antigas e tradicionais, a inovação vem sendo um grande diferencial para aumentar a produção, a qualidade dos produtos e reduzir os custos produtivos. 

De acordo com levantamentos da Goldman Sachs Global Investment Research, a tendência é que até o ano de 2050 seja adicionado cerca de R$240 bilhões no segmento da agrotecnologia. 

4.2.4. HRtechs

As HR Techs (HR de Human Resourses) são startups do setor de recursos humanos. Por meio da tecnologia e inovação de processos, esses negócios buscam resolver problemas do setor, como:

  • aumentar a capacidade e eficiência produtiva;
  • desenvolver soluções de análise comportamental;
  • estratégias alinhadas à tecnologia para redução de custos;
  • inovação do recrutamento e seleção;
  • criação de plataformas para gestão de pessoas, currículos e vagas;
  • melhorias da saúde ocupacional;
  • melhorias na gestão de benefícios. 

4.2.5. Edtechs 

Edtechs são empresas inovadoras no segmento da educação. Essas startups desenvolvem soluções, principalmente, voltadas aos ensino a distância. São plataformas, softwares, cursos e sistemas de gestão que vem ajudando alunos, professores e gestores. 

Negócios com esse objetivo tem apresentado uma relevância muito grande no mercado, principalmente pela demanda educacional que precisa ser suprida. As edtechs ajudam a tornar o ensino mais acessível, além de solucionar problemas que a sala de aula e instituições tradicionais não conseguem. 

4.2.6. Insurancetechs

Insurancetech é uma startup que está no mercado de seguros. Esse termo (insurance significa seguros em inglês) se diz respeito às empresas que usam e desenvolvem tecnologias para melhorar os serviços desse setor, bem como estreitar o relacionamento entre os clientes. 

Com o surgimento desses negócios, o mercado de seguros vem se modernizando e utilizando tecnologias disruptivas para romper modelos tradicionais e altamente burocráticos. A tentativa é de se adequar à digitalização e às novas demandas de serviços e atendimento. 

4.2.7. Adtechs

As adtechs (união dos termos advertising e Technology) são startups do setor publicitário voltadas para o meio virtual, como o marketing digital. Elas nasceram da transformação digital e da necessidade de adequarem as suas campanhas a essa realidade. 

Com os avanços, esse setor começou a utilizar até mesmo a Inteligência Artificial em suas estratégias, principalmente para captação de leads e personalização e humanização de anúncios digitais. 

4.2.8. Foodtechs 

Atuantes no setor da alimentação, as Foodtechs são startups já conhecidas pelos consumidores por meio de plataformas de pedidos online, como iFood e Uber Eats. Porém, esses negócios inovadores vão além. 

As atividades dessas empresas tecnológicas englobam toda a cadeia produtiva do mercado de alimentos. Por exemplo, a redução dos intermediários, otimizando a logística e reduzindo custos e desperdícios (conceito chamado de farm-to-table). 

4.2.9. Legaltechs

As legaltechs são startups que atuam no setor jurídico. Também chamadas de lawtechs, essas empresas têm os mesmos objetivos das outras: modernizar os serviços do seu mercado. 

Esses negócios estão desenvolvendo soluções que aperfeiçoam atendimentos e atividades do setor, como:

  • processos online;
  • sistemas jurídicos;
  • centralização e controle de dados; 
  • modernização e digitalização de informações das jurisprudências e dos tribunais.

4.2.10. Construtechs 

As construtechs são do setor da construção civil. Essas startups atuam por meio da tecnologia desde o canteiro de obras até o escritório (em questões administrativas). Um dos objetivos centrais nesses negócios ainda é lidar com as grandes taxas de desperdício de materiais e descarte de entulhos. Isso se deve, principalmente, porque o mercado da construção não acompanhou a transformação digital como os demais setores e serviços. 

5. Passo 4: aprender sobre investimentos anjo, sempre

Assim como o ecossistema das startups, o investimento anjo muda conforme o mercado. Surgem novas oportunidades, tendências e investidores. Então, não basta aplicar o seu dinheiro e pronto. Você precisa pesquisar sobre os investidores, construir o seu networking sempre e se atualizar.

Isso pode parecer um tanto quanto óbvio, mas muitos investidores se perdem nesse caminho porque não se qualificam. Como dissemos no início deste guia, é preciso ter tempo e disposição para ser um investidor anjo.

Para começar a sua caminhada nesse tipo de investimento, selecionamos as principais informações e conceitos que você precisa conhecer.

5.1. Valores e ganhos: de olho nas liquidações

Nos negócios, o termo liquidação pode ter dois significados. O primeiro é o encerramento das atividades da empresa. Em segundo, comumente encontrado nos contratos, quer dizer o encerramento da relação entre os sócios da startup.

Geralmente, são desencadeados por fusões, vendas de participação e aquisições. Dependendo da parcela participativa dos investidores e do tipo de contrato, eles têm preferência na liquidação, ou seja, a ordem em que cada um receberá e os valores.

E quanto ao retorno financeiro? Quais são os ganhos de um investidor anjo?

O retorno de um investimento anjo varia muito por diversos fatores. Dependerá da porcentagem que você investiu e da sua participação na empresa, se foi um investimento coletivo ou não, além de termos contratuais e perspectivas da startup.

Porém, faz-se uma média de ganhos de 40% ao ano do total investido. Se for uma aplicação de risco, esse número pode ser maior ou menor, entre 10,20 e 50% do capital aplicado — esse é um tipo de investimento com maiores riscos envolvidos, mas com alto potencial de retorno, por isso as oscilações e imprevisões nos ganhos.

A regra mais valiosa para o investimento anjo é o longo prazo. Quanto antes as aplicações de recursos forem feitas, maiores tendem a ser os retornos financeiros. Esse tempo também é importante quando se considera a maturação do investimento. Esse termo representa o período necessário para que o seu investimento comece a gerar algum retorno.

5.2. As mitigações de riscos: os tipos de investimentos

Uma lição que você ouvirá muito no investimento anjo é: “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”.

A mitigação de riscos é sobre a diversificação de investimentos. Essa é uma estratégia para que não exponha o seu patrimônio a um único negócio e consiga tanto amenizar as perdas quanto aumentar o potencial dos ganhos.

O investimento em startups pode ser feito de diferentes formas. Há tipos para todos os perfis, quantidade e nível de experiência. Além do investimento anjo — aquele que aplica o seu patrimônio pessoal ou conhecimentos nas startups — você pode investir e diversificar o seu patrimônio em outras modalidades de aplicações em startups promissoras.

Vamos conhecê-los.

5.2.1. Pré-seed e seed

O seed é o investimento que ajudará as startups em seus primeiros passos. Aqui, o modelo ainda é embrionário e ainda estão buscando capital para saírem do papel, sendo essas as primeiras rodadas de investimento que uma startup faz.

Nesse modelo, os investidores anjo avaliam o modelo de negócio, personas planejamento de estratégias, as perspectivas do mercado e os sócios. Assim, apostam na consolidação da empresa. O investimento seed é o que ajudará a companhia a se manter até o momento que ela comece a gerar caixa e se torne autossustentável.

5.2.2. Venture Capital

O Venture Capital (ou capital de risco) é um investimento em startups por meio de fundos estruturados. Trata-se de uma aplicação coletiva com a grande vantagem da diversificação. O foco é em negócios já consolidados no mercado, ou seja, que já passaram de fases iniciais, das primeiras rodadas de investimentos, já geram algum caixa e provaram que conseguem crescer no mercado.

O objetivo do venture capital é injetar recursos nas startups para que elas atinjam o seu potencial máximo de expansão. Para isso, os gestores do fundo focam em questões mais sólidas, como as métricas da empresa.

5.2.3. Crowndfunding

Também na lista dos investimentos coletivos, o crowdfunding é uma aplicação onde vários investidores anjo e individuais se juntam para injetar recursos em uma startup. Para isso, é definido em contrato qual será o retorno ou benefício que os investidores terão.

Geralmente, cada investidor não precisa investir valores muito altos. Essa é exatamente uma das vantagens desse modelo de aplicação. Como são vários montantes a serem somados, é possível diversificar com quantias menores. Além disso, esse tipo de investimento é intermediado por plataformas voltadas para essas arrecadações. 

5.2.4. Private Equity

O Private Equity também é um investimento em fundos, porém são voltados para aplicações com valores mais altos e maiores riscos atrelados. Os recursos são direcionados a startups que já conquistaram uma parcela do seu mercado de atuação, já faturam boas quantias e estão em pré IPO, ou que já abriram o seu capital na bolsa.

Também é importante entender que o private equity tem três fases:

  • aquisição ou captação.
  • melhorias;
  • venda ou desinvestimento. 

5.3. O que o investidor anjo ganha com o seu investimento?

O retorno do investidor anjo dependerá muito da quantia aplicada, do contrato, do estágio das startups e se é um investimento coletivo. Há casos em que o investidor não é pago em dinheiro, como no crowdfunding, que pode ser acordado o pagamento em produtos e serviços, por exemplo.

Mas, de onde vem esse ganho? A rentabilidade do investidor anjo está associada à sua participação na empresa. Ele pode ganhar dinheiro quando vende as suas ações ou direitos. Outra possibilidade de ganho é quando o contrato especifica a porcentagem dos lucros que o investidor receberá. Assim, quanto maior o crescimento e receita, maior a rentabilidade do investidor.

Em média, o investidor pode ter um retorno variável, entre 5% e 15%, podendo chegar a 40%, dependendo das condições e resultados da startup e do investimento. Como dissemos, o retorno dependerá de muitos fatores, mas, normalmente, fica nessa faixa.

5.4. Quanto um investidor anjo investe

Assim como os ganhos, a quantia aplicada pelo investidor anjo também varia. As principais variantes são o tipo de investimento e estágio da startup. Porém, uma coisa é certa: ao contrário do que muitos imaginam, não é preciso ter grandes patrimônios e ser milionário para se tornar um investidor anjo.

Geralmente, as aplicações ficam em torno de R$50 mil e R$60 mil nas rodadas iniciais. Conforme os investimentos aumentam de risco, potencial de retorno e tipo de investimento, essa quantia pode atingir bilhões, como no venture capital.

6. Passo 5: participar de uma comunidade de investidores anjo

O networking é a base para um investidor anjo com acesso a boas oportunidades. A sua rede de contatos e relacionamento profissional será a fonte de indicações para bons investimentos, aprendizado e compartilhamento de experiência com investidores que já estão nesse mercado a mais tempo.

Para ser um bom investidor anjo com uma carteira diversificada, precisará expandir o seu ciclo social e enxergar os outros profissionais como parceiros, e não concorrência. Para a construção da sua imagem e networking é importante estar presente.

Além de feiras, eventos e páginas relacionadas, participar de comunidades de investidores anjo será um grande diferencial. Essa é uma fonte híbrida, pois você constrói tanto uma boa rede de contatos e oportunidades como aprende sobre o tema.

Nessas comunidades, como o Portal Angels Club, você tem acesso a materiais exclusivos e atualizados sobre os investimentos anjo e mercado de startups, notícias e informações para basear as suas decisões. Então, se faça presente, tire um tempo para buscar por pessoas e fontes que tenham esse objetivo em comum.

Você perceberá que mesmo sendo um iniciante terá contato com investidores experientes e oportunidades que talvez não teria acesso sozinho. Lembre-se: o famoso QI (Quem Indica) ainda é um dos mais importantes para ter boas oportunidades profissionais e de investimentos. 

7. Passo 6: desenvolver uma estratégia de investimento

Qual será a sua forma, escolhas e estratégias de investimentos? Primeiramente, é preciso ter o pé no chão e entender que é necessário estudar as oportunidades e ponderar se elas fazem sentido na sua carteira. Além de ter em mente que o retorno não é do dia para a noite. 

Para isso, você precisa entender os riscos que está disposto a se expor, a quantia que tem disponível para investimento e os seus conhecimentos sobre o mercado da startup que pretende investir.

Você precisa alinhar essas características a estratégias sensatas de investimentos. Afinal, o investimento anjo tem a nobre causa de impulsionar negócios, mas também visa o lucro dos investidores.

Então, defina quais serão os diferenciais que você busca em uma startup, liste o que você procura em um investimento e estude os mercados que mais domina. Assim, quanto maior a bagagem de conhecimento e experiência em um setor, mais valor terá a agregar e mais chances de ganhar se souber “falar a língua do setor”.

7.1. Estratégia de saída

Entre os seus critérios de negócio como investidor anjo, é importante ter uma estratégia de saída. A exit strategy é uma espécie de garantia para você, caso a empresa não alcance os resultados esperados e acordados.

Essa opção para não sair no prejuízo precisa ser acordada em contrato, entre os investidores e sócios da startup. A forma de garantia dependerá muito desse acordo e do tipo de negócio, sendo que a estratégia de saída pode ser desde a venda da companhia para a concorrência até a abertura de capital para a compra de ações.

8. Passo 7: participar das rodadas de investimentos

Já tem as suas estratégias, um bom networking e encontrou uma boa oportunidade de aplicação? Então, é o momento de entrar nas rodadas de investimentos. Esses ciclos são as baterias de investimentos que as startups passam. É nesse momento que as empresas se disponibilizam para os investidores.

Uma startup recebe, em média, cinco rodadas de investimentos até a sua abertura de capital na bolsa de valores, sendo que cada uma delas é categorizada conforme o porte e patamar que os negócios da empresa se encontram.

Vamos entender cada uma dessas rodadas.

8.1. Pré-seed

A rodada de pré-seed é a primeira que uma startup processa. Nessa fase, as empresas ainda estão no papel. Ou seja, ainda é um embrião que precisa de recursos para começar a operar.

Portanto, os investidores anjo estarão investindo em uma ideia e em projeções, como os planos de negócios e perspectivas de longo prazo.

8.2. Seed

Na etapa de seed, ou semente, a empresa ainda não gera um caixa, mas já tem personas e estratégias definidas, assim como já identificaram os processos que precisam investir para consolidarem a startup. Assim, o investimento não é somente em uma ideia, mas em um projeto mais sólido.

8.3. Série A

A rodada de investimento série A acontece quando a startup já está operando no mercado, mas precisa crescer, gerar mais caixa e impulsionar os negócios no seu setor de atuação lançando produtos e serviços. Geralmente, nessa etapa as empresas já podem entrar em fundos de private equity.

8.4. Série B

Na série B, a empresa já conquistou o seu pedaço do mercado, já tem negócios sólidos e geração constante e considerável de caixa. Essa é uma rodada que envolve a aplicação de milhões de reais nas empresas.

Essa é uma etapa mais madura e que requer mais experiência nos investimentos. Normalmente, são investidores buscando participações acionárias nas startups e aumento do patrimônio por meio dos lucros.

8.5. Série C

Essa é a última rodada de investimento das startups antes da sua IPO. Nessa etapa, as empresas já são categorizadas como unicórnios — startups avaliadas em mais de R$1 bilhão. Portanto, as aplicações giram em torno de bilhões e podem ser mais acirradas.

Afinal, são companhias que já conquistaram renome e grandes mercados, muitas vezes, até os internacionais. Por isso, essa é uma rodada que também conta com investidores estrangeiros. O objetivo com essa injeção de recursos é elevar ainda mais a companhia e relevância.

9. Conclusão

O investidor anjo é uma pessoa física, ou jurídica, que usa o seu patrimônio para alavancar startups e lucrar com esse crescimento. No entanto, o investimento anjo vai além de aplicar somente dinheiro.

Você terá a chance de acompanhar o crescimento de negócios com causas nobres e que querem fazer a diferença no mundo. Afinal, um investidor anjo, um dia, precisou do apoio de outros empreendedores.

Então, se você quer se tornar um anjo, torne esse guia o seu “livro de cabeceira”, estude e se atualize sobre os mercados e, o mais importante: esteja rodeado de pessoas com o mesmo objetivo que você.

Lá na frente, certamente virá a sensação de dever cumprido quando ler sobre o crescimento de uma startup do qual você foi responsável.

O Investidor Anjo é aquele que acredita no empreendedorismo e nos empreendedores por propósito. Seres humanos capazes de enxergar oportunidades onde a grande maioria apenas vê problemas. Desta forma, com o conhecimento do investidor Anjo estes empreendedores encontram o terreno fertil para decolarem. 

10. Sobre o Angel Investor Club

Promovemos inovação, empreendedorismo e investimento anjo para todos, democratizando o conhecimento do universo das startups.

Temos conteúdo rico para empreendedores, investidores e aqueles que gostariam de se inserir no ecossistema de inovação, com o objetivo de educar e desenvolver uma grande rede de networking e preparar novos investidores para o mercado.

Siga nossas redes sociais: LinkedIn, Instagram e Facebook. Seja membro da primeira comunidade de investidores anjo do Brasil!