Edtech: conheça as startups de educação

As edtechs são empresas que utilizam de aplicativos, ferramentas e outros recursos tecnológicos para propor um novo modelo de educação. Veja as principais vantagens e conheça o mercado.

As edtechs são empresas que utilizam de aplicativos, ferramentas e outros recursos tecnológicos para propor um novo modelo de educação. Veja as principais vantagens e conheça o mercado.

Você já se perguntou, ao menos uma vez, qual o propósito de certas coisas que estudamos na escola? Mais que isso, se questionou porque determinadas temáticas não são tratadas como prioridade, sendo que são essenciais para o nosso cotidiano? É neste contexto que surgem as edtechs, para revolucionar a educação.

Ensino totalmente online, uso de inteligência artificial para o aprendizado, digitalização de cursos de universidades renomadas, opções não faltam. Assim como outros tipos de startups, a modalidade busca resolver problemas latentes da sociedade e apresentar uma solução disruptiva.

Por exemplo, para pessoas que desejam aprender coisas novas, o unicórnio norte-americano, Udemy, é uma ótima opção. Com variedade de preço e tipo de ensino, na plataforma, há desde cursos para oratória a como adestrar seu cachorro. Isso sem falar que os próprios usuários podem, também, vender seus cursos.

Além dela, vários outros empreendimentos no setor vêm se destacando nos últimos anos. Pensando nisso, preparamos um guia completo sobre o tema para ajudar você a visualizar oportunidades para o futuro. Confira!

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O que é uma edtech

As edtechs ou education technology são startups que utilizam da tecnologia para propor novos modelos de ensino. Seja na educação formal, seja na educação informal, os usos são variados e a proposta é reinventar o modelo tradicional.  Ou seja, diz respeito ao processo de incorporação de metodologias inovadoras no aprendizado.

Dessa forma, um de seus principais propósitos é unir professores, administradores e alunos. Essa união pode acontecer por meio de uma plataforma otimizada, questões administrativas e outros contextos envolvendo faculdades, universidades e escolas. Não necessariamente a educação em si.

Considerando o sistema atual de ensino, existe muito espaço para melhorias. São vários os motivos para a crescente da modalidade. Não só melhorar a qualidade do aprendizado, é preciso  aumentar a acessibilidade. Infelizmente, em 2020, cerca de 258 milhões de crianças e jovens não tinham acesso à educação no Brasil. 

Portanto, há espaço e público para a inovação. Mesmo com o setor da educação sendo um dos mais tradicionais por lidar com crianças e famílias, é preciso mudar. A 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0 já está acontecendo, isso sem falar na necessidade de inclusão das minorias.

Quais são as diferenças das edtechs

Enquanto na educação tradicional todos os alunos são iguais, o cuidado com o estudante é um dos diferenciais da edtech. Ensino adaptativo, plataformas personalizadas para acompanhar o desempenho do aprendiz e tecnologias funcionais são exemplos de recursos empregados para isso.

A título de curiosidade, com uma inteligência artificial é possível aprimorar o aprendizado e reduzir os custos com processos desnecessários. Logo, o ensino em uma edtech pode ser mais barato que em uma instituição tradicional. Por outro lado, o investimento inicial costuma ser maior.

Da mesma forma que outras startups e novos modelos, existem pontos positivos e negativos que precisam ser investigados.Tanto para quem quer abrir uma edtech, como para quem quer investir. Baseado em um levantamento feito pela Distrito, veja os principais segmentos da categoria:

  • conteúdo educativo;
  • ensino específico;
  • ferramentas para instituições;
  • financiamento do ensino;
  • foco no estudante;
  • novas formas de ensino;
  • plataformas de educação.

Conteúdo educativo

Conteúdo educativo são as startups voltadas para o compartilhamento de informações e materiais educativos. Os principais veículos para isso são livros, vídeos, podcasts, artigos e outros formatos. Vale mencionar que antes de serem divulgados, os conteúdos passam por uma curadoria.

Ensino específico

Como o próprio nome já indica, ensino específico são as plataformas voltadas para áreas de ensino especializadas. Por exemplo, empresas de idioma, soft skills, empreendedorismo, finanças e negócios, entre outros.

Ferramentas para instituições

São as ferramentas utilizadas para auxiliar no aprendizado. As soluções tecnológicas são desde o ensino primário ao superior. Podem ser programas desenvolvidos para a gestão, como, também, para auxiliar na comunicação. Outros exemplos são tecnologias que impactam no cotidiano, auxiliando no processo de aprendizado, e sistemas de análise de dados.

Financiamento de ensino

A falta de acessibilidade é um fator limitante para vários estudantes brasileiros. As startups de financiamento de ensino visam criar oportunidades para esses alunos e permitir o acesso à educação. Podem ser bolsas para estudo, crowdfunding voltado para a educação, programas de inclusão, entre outros.

Foco no estudante

Aqui, falamos de edtechs que colocam o estudante como prioridade. O propósito das soluções é auxiliar o aluno na sua rotina de estudos e/ou na jornada acadêmica. Assim sendo, podem ajudar na produtividade e na preparação para provas (vestibulares, concursos, processos seletivos etc).

Novas formas de ensino

Para além da educação à distância, novas formas de ensino são utilizadas para aprimorar o aprendizado. Como exemplo, machine learning para auxiliar na rotina de estudos e inteligência artificial para processos adaptativos. As startups da área almejam melhorar o acesso à educação e a eficácia do que é ensinado.

Dentro da categoria, segundo o mesmo mapeamento da Distrito, existem outras subcategorias:

  • Instituições de ensino digital;
  • gamificação;
  • inclusividade e acessibilidade;
  • pedagogia diferenciada;
  • realidade virtual e aumentada;
  • treinamento corporativo.

Plataformas para educação

Plataformas para educação são canais onde professores e empreendedores podem vender as suas soluções em educação. Ou seja, são espaços cedidos para vender cursos, aulas particulares, entre outros. Pode ser um marketplace, uma plataforma EAD ou de cursos e aulas online etc.

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Quais são os benefícios de investir em uma edtech

Somente em 2018, foram investidos mais de US$16 bilhões no setor da educação. Lado a lado, segundo expectativas, até 2020, o mercado de edtechs cresceria, aproximadamente, 17% ao ano. Logo, é um setor em ascensão. Além disso, é inegável a sua importância em um contexto de crescimento populacional.

Conforme um estudo encomendado pela Dell Technologies, 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram descobertas. Paralelamente, com o mercado em expansão, as edtechs são a solução ideal. Elas conseguem se adaptar ao cenário, oferecendo educação de qualidade de forma prática e segura.

Tudo isso sem sair de casa. Portanto, são ótimas aliadas durante a pandemia. O setor cresceu 26% de 2019 a 2020. Foram mais de 566 novas empresas fundadas somente nos meses iniciais da crise do Covid-19. Enquanto diversos segmentos tiveram que fechar as portas, 90% das startups de educação nem precisaram realizar cortes.

Mesmo que as coisas “voltem ao normal”, o “novo normal” não descarta as edtechs como uma possibilidade de ensino. Existe, também, a questão do crescimento populacional. Em 2050, conforme um relatório de 2019, a expectativa é que serão 9,7 bilhões de pessoas no mundo

Precisamos buscar formas de educar todas essas pessoas e trazer acessibilidade para o ensino.

Um dado que chama atenção é que a maior parte das empresas da categoria ainda estão nas fases iniciais de faturamento.  Somente 2,2% das edtechs faturam mais de R$50 milhões. Para investidores-anjo, é uma oportunidade de encontrar um negócio promissor pagando pouco.

Já para o empreendedor que decide criar uma edtech, a competição é menos agressiva quando comparada a outros setores. Além de que é um mercado com muitas possibilidades ainda não exploradas.

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Quais são as principais edtechs no Brasil

Em 2019, eram 434 edtechs no Brasil. O número não é baixo, no entanto, quando comparado a outros países, demonstra que ainda há muito o que evoluir. Em Beijing, são cerca de 3.000 startups no setor. Em Shangai e Nova Iorque, aproximadamente, 1.000 empresas na categoria.

O Brasil gasta, em média,  6% do seu PIB com educação. Isso posto, com o novo normal causado pela pandemia do Covid-19, a expectativa é uma crescente no setor. Ainda mais considerando que quando investimos em educação, investimos em qualidade de vida para o país.

Separamos alguns cases de sucesso de edtechs brasileiras que você precisa conhecer. Veja as sete empresas do setor que mais se destacaram no último ano:

  • Descomplica;
  • Alura;
  • Passei Direto;
  • Veduca;
  • Eduk;
  • Árvore Educação;
  • Brain Academy.

As empresas selecionadas não necessariamente são as com maior faturamento. Priorizamos a visibilidade na mídia associada a uma solução inovadora.

Descomplica

Conhecida pelas soluções para o Enem e o ensino médio, a Descomplica é, talvez, a edtech mais conhecida da lista. Em 2020, decidiram ir além e abriram, também, a Faculdade Descomplica, focada em cursos de graduação e pós-graduação 100% digital. 

Um pouco depois, neste ano, a startup recebeu um aporte de R$450 milhões, o maior valor na história do setor.

Alura

Maior plataforma brasileira de cursos de programação, a Alura adquiriu em 2021 a PM3. Empresa a qual cresceu mais de 240% no ano anterior com mais de 4.000 alunos cadastrados. Juntas, a expectativa é que as edtechs ultrapassem R$100 milhões de faturamento no próximo ano.

Passei Direto

Recém-comprada pelo UOL Edtech, a Passei Direto é uma rede de estudo que permite o compartilhamento de trabalhos. Outras de suas funcionalidades é a participação de grupo de estudos, conectar-se com outros usuários e consumir conteúdo educativo.

Assim como outras redes sociais, nela, o estudante é o maior produtor e faz a curadoria do que será ou não divulgado.

Veduca

A Veduca é uma plataforma de ensino à distância. Com mais de 19 cursos com universidades parceiras, é uma startup para ficar de olho. Seu principal propósito é facilitar o acesso à educação com opções de cursos gratuitos e pagos. 

Entre os gratuitos, há parcerias com a USP, FIA, IBMEC, entre outras universidades de prestígio no Brasil.

Eduk

Em 2018, a Eduk foi reconhecida como uma das 50 startups que podem mudar a América Latina. Intitulado como a Netflix da Educação, a plataforma oferece cursos de especialização sob demanda. Presente no Brasil e no México com números crescentes, a Eduk é especializada em cursos online.

Árvore Educação

Em 2020, nos meses iniciais da pandemia, a Árvore Educação divulgou um livro totalmente gratuito pelos stories do Instagram. Enquanto edtech, com o uso da gamificação, a sua finalidade é trazer a inovação para dentro da sala de aula

A expectativa para os próximos anos é aumentar em mais de 9x o número de escolas atendidas.

Brain Academy

Pioneira em cursos voltados para o desenvolvimento integral, a Brain Academy ensina habilidades que não são aprendidas na escola. Por exemplo, inteligência emocional voltada para crianças, adolescentes e jovens adultos. Ainda que a edtech não seja tão conhecida como as outras da lista,  seu diferencial é a inovação.

Como vimos ao longo deste artigo, as edtechs são startups que buscam revolucionar o sistema de ensino. Não necessariamente precisa ser uma plataforma de educação para fazer parte da categoria. Precisam, apenas, buscar formas de integrar professores, alunos e administradores.

O mercado brasileiro do setor está em crescimento. Tanto para quem cria uma startup da área, como para quem deseja investir. Para ambos os casos, pode ser uma oportunidade de ganhos a longo prazo. Ainda mais considerando que a maior parte das empresas do setor está nas fases iniciais.

Descomplica, Alura, Passei Direto, Veduca, Eduk, Árvore Educação e Brain Academy. São só alguns exemplos de empresas que valem a pena conhecer.
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