Fundos de investimentos para startups: o que você deve saber

Você conhece bem os fundos de investimentos para startups? Leia este artigo e entenda como funciona essa opção de aporte coletivo.

Os administradores das empresas de instituições de fundos de investimentos para startups sabem encontrar empresas com potencial de crescimento. 

Atualmente, buscar grupos para investir o capital e ampliar a carteira está se tornando uma tendência para diferentes perfis de investidores. Por isso, os fundos de investimentos estão sendo tão procurados por aqueles que querem opções de aplicação financeira.  

A falta de tempo ou a pouca experiência para operar no mercado financeiro também são bons motivos para a crescente busca pelos fundos de investimentos. Afinal, essas empresas são compostas por times de investidores experientes e especialistas em finanças.

Grande parte dos investidores brasileiros estão saindo do perfil conservador para obter melhores retornos em seus investimentos. No entanto, essa mudança não deve ser feita de maneira aleatória. 

Por isso, nós do Portal Angel Investor Club elaboramos este artigo para falar sobre os fundos de investimentos. Vamos explicar o que você deve saber para fazer parte dessa modalidade de investimentos. Acompanhe.

O que é fundo de investimento?

Os fundos de investimentos são produtos em forma de carteiras, que reúnem ativos e aportes coletivos para distribuí-los em forma de cotas. Funciona, basicamente, como uma cesta de frutas, onde a cesta é o fundo, as frutas são os ativos e cada uma representa uma cota. 

Tanto os investidores experientes quanto os iniciantes descobriram que essa é uma maneira eficiente para direcionar os seus capitais. Isso porque eles perceberam que nos fundos os seus aportes correm menos riscos que nos investimentos individuais. Afinal, um único aporte pode ser convertido em diferentes cotas e aplicado em companhias distintas. 

Para isso, os gestores dos fundos são indivíduos com grande experiência de mercado e com certificações obrigatórias da Anbima. Dessa maneira, sabem onde buscar e selecionar as empresas mais promissoras. Esses grupos são criados por ex-empreendedores, ex-executivos, grandes investidores, economistas e especialistas no mercado financeiro. 

No caso das startups, além de iniciativas privadas, os fundos contam com o apoio do Governo Federal, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e até mesmo de bancos estaduais. 

Os fundos de investimento são reconhecidos por algumas características peculiares como seus prazos e finalidade. Eles são categorizados conforme os seguintes pontos:

  • fundo de curto prazo;
  • fundo referenciado;
  • fundo de renda fixa;
  • fundo de ações;
  • fundo cambial;
  • fundo de dívida externa; 
  • fundo multimercado.

Quem pode fazer parte de um fundo de investimento? 

O ato de criar um fundo de investimento, de maneira geral, é possível ser feito por pessoas físicas, jurídicas ou instituições governamentais. No entanto, existem regras a serem seguidas. 

Para ter as suas operações devidamente regulamentadas e dentro da legislação vigente, o administrador deve criar um fundo que atenda as exigências mínimas da CVM (Comissão de Valores Imobiliários).

A Comissão de Valores Mobiliários é uma entidade autárquica, que atua em regime especial, é vinculada ao Ministério da Fazenda. Foi criada pela Lei n.º 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e tem como atribuições: disciplinar, fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários.

Já em relação aos cotistas (investidores), é preciso avaliar o tipo de fundo. Alguns deles, classificados como mais arrojados, agressivos e muito específicos, como os de private equity, somente podem aportar os investidores classificados como qualificados — com valores igual ou superior a R$1 milhão aplicados. 

Porém, os fundos mais comuns, como de renda fixa, ações e outros, qualquer tipo de investidor que esteja alinhado ao perfil de risco do produto pode fazer parte. 

Quem pode obter investimentos dos fundos?

Isso depende do objetivo do fundo, sendo assim, as empresas que pretendem receber aportes devem atender as premissas do contrato e os interesses do grupo de cotistas investidores. 

Por exemplo, no caso das startups, alguns fundos recebem empreendimentos desde as suas fases mais prematuras. No entanto, podem exigir que essas empresas comprovem que têm um projeto com potencial de escalabilidade.

Normalmente, os fundos vêm depois do investimento anjo. Eles optam por empresas que tenham pelo menos o MVP em atividade. Ou seja, um produto mínimo viável que já esteja atendendo parte do público-alvo.

Porém, também é importante ressaltar que há fundos que não ficam restritos às startups. Os de private equity, por exemplo, injetam recursos em companhias maiores, mas que precisam de impulsionamento. 

O que empreendedores e investidores anjo precisam saber?

Os empreendedores e investidores anjo precisam saber que existem fundos que destinam os seus financiamentos em grupos exclusivos para startups. Isso porque perceberam que quando são bem selecionadas os retornos dos investimentos são acima de qualquer perspectiva do mercado tradicional.

Sendo assim, tanto empreendedores quanto investidores podem se beneficiar com essa modalidade de investimento. 

Veja a seguir as principais informações para quem quer aplicar seu capital nas startups.

Tipos de fundos para startups 

Independentemente da fase de crescimento em que uma startup está, ela sempre encontrará um meio para receber financiamento. No entanto, para isso acontecer, cabe ao fundador criar uma boa apresentação (pitch) do seu empreendimento. 

Conheça agora os principais tipos de fundos disponíveis para startups:

  • seed;
  • venture capital;
  • private equity.

Entenda com melhores detalhes cada um deles.

Seed

Seed ou semente, como o próprio termo já se explica, é o momento em que as startups se encontram em seus estágios iniciais. Fazendo analogia com o mundo vegetal, essas empresas precisam de adubo para florescerem e formarem os seus frutos.

As rodadas dessa etapa ainda não são valores considerados altos, mas como são empresas desconhecidas e projetos muito novos existem os seus riscos próprios. Sendo assim, investidores anjo mais cautelosos preferem não arriscar e optar por fundos seed.

Venture Capital

Venture Capital (VC) são fundos considerados de capital de risco. Os seus aportes são formados por fundos de investimento em participações (FIPs). Isso quer dizer que além do dinheiro os investidores pretendem influenciar nas decisões do negócio. 

Dessa maneira, nesses tipos de fundos os investidores representados pelo administrador do grupo oferecem apoio e mentoria para os fundadores das startups em que o fundo pretende investir.  

Outra característica dos fundos de venture capital é que eles podem atuar tanto em empresas de capital aberto quanto no privado, além disso, os seus investimentos são regulamentados pela CVM (Comissão de Valores Imobiliários).

Private equity 

Os fundos private equity (PE) diferentemente do venture capital atuam em empresas de capital privado. Os seus grupos buscam empresas em estágios de desenvolvimento mais adiantados. 

As startups em que o private equity inicia os seus aportes ainda não abriram o capital na bolsa de valores (IPO), mas em grande parte estão se aproximando desse evento. Portanto, são empresas que já contam em adiantados estágios de profissionalização.

Quem são os gestores desses fundos

Como mencionamos, desde que estejam devidamente com as suas carteiras autorizadas pela CVM, podem gerenciar fundos de investimentos nas mais variadas instituições do mercado. 

Veja as principais:

  • bancos;
  • instituições financeiras, 
  • seguradoras; 
  • sociedades de capitalização;
  • entidades abertas e fechadas de previdência complementar; 
  • gestoras;
  • administradoras de recursos financeiros e patrimônio. 

Como investir

Qualquer indivíduo maior de 18 anos que tenha um capital que atenda o valor da cota mínima exigida pela instituição, pode investir em fundos de investimentos. Porém, para que não se arrependa, é necessário seguir algumas dicas. Veja as nossas recomendações:

Conheça o seu perfil

Podemos dizer que aquela frase do filósofo grego Sócrates: “conheça-te a ti mesmo”, se enquadra nessa situação. Dizemos isso porque todo investidor deve conhecer o seu perfil. 

Por exemplo, quem é conservador não deve arriscar em fundos que são variáveis, pois a falta de experiência e a não tolerância ao risco certamente o levará a prejuízos. 

Tenha um objetivo

Sempre que for investir algum valor estabeleça um objetivo e defina um prazo. Defina metas como comprar um apartamento dentro dos próximos cinco anos. Ou trocar o carro, fazer uma viagem para o exterior com a família. 

Seja paciente

Ser paciente é uma das principais virtudes dos investidores de sucesso. Normalmente, as maiores rentabilidades conseguidas no longo prazo, não aparecem do dia para a noite. Quando aparecem oportunidades com rendimentos muito além do mercado, desconfie. 

Pesquise

Antes de optar por determinada instituição de gestão de fundos, busque informação a seu respeito. Observe em quais empresas elas investem, quais são os retornos dos investimentos para os cotistas e para os empreendedores.

Participe de comunidades

Acompanhe e se inscreva em comunidades, grupos e clubes que tratam de assuntos relativos a investimentos. Essa é uma maneira de aumentar a sua rede de relacionamentos e se tornar mais instruído.

Quais são os fundos de investimento que mais investem em empresas brasileiras?

Segundo a Associação Brasileira de Startups, alguns fundos de investimentos nacionais se destacaram por investir em startups brasileiras. Conheça alguns dos mais conhecidos: 

FIR Capital

A FIR Capital foi fundada em 1999, portanto, é uma das empresas consideradas pioneiras em gerenciamento de fundos de investimento no Brasil. Opera tanto com fundos de investimento de participação (FIPs), quanto os imobiliários (FIIs).

O seu foco é financiar empresas de tecnologia nos diferentes estágios de desenvolvimento, sejam elas nascentes, emergentes ou em etapas de expansão. Atua nos principais setores da economia, com muita experiência no varejo, construção, saúde, educação e energia.

Monashees Capital

O fundo brasileiro de investimento Monashees Capital foi fundado em 2005. Tem em seu portfólio unicórnios como:  99, Rappi, Loft, Loggi, Pipedrive e, mais recentemente, MadeiraMadeira. Os seus Investimentos partem desde a fase seed, até as rodadas mais avançadas.

A sua carteira completa conta com cerca de 110 empresas já aportadas. Preferencialmente, atua no Brasil e em outros países da América Latina. No entanto, participou e venceu uma rodada de investimentos série B de R$ 101 milhões da startup britânica Vortexa.

Confrapar

A gerenciadora brasileira de fundo Confrapar atua no mercado desde 2007. Conta com escritórios nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Atualmente, informou que planeja abrir uma filial em Bogotá, capital da Colômbia.

Umas das missões da Confrapar é atrair os melhores fundadores de startups para conseguir ajudá-los a atingir os seus sonhos de expansão e crescimento. Os aportes de seus financiamentos são de cotistas family offices, corporate ventures, fundos brasileiros e estrangeiros.

DGF Investimentos

A DGF fundos de investimentos opera com empresas de tecnologia desde 1998. A sua sede está instalada na capital do Estado de São Paulo. Essa gerenciadora de investimentos beneficia empresas com faturamentos de até R$ 10 milhões. 

O seu portfólio faz questão de buscar privilegiar nenhum setor da economia de maneira específica. Acredita que o seu sucesso está pautado em parcerias de longo prazo tanto com  empreendedores quanto com investidores.

Então, essas são as informações e recomendações sobre fundos de investimentos para startups que acreditamos que sejam relevantes para você saber. Siga as nossas recomendações e tenha em mente que os riscos sempre existirão, mas podem ser minimizados e contornados caso faça as escolhas certas.

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