Joint venture é um acordo estratégico entre duas ou mais empresas, visando o benefício mútuo. Por acontecerem por um tempo limitado, são uma ótima chance de crescimento. Entenda!
Para quem deseja expandir seu negócio e se inserir em outros mercados a joint venture é uma oportunidade. A modalidade permite unir empresas que possuem o mesmo propósito, ainda que sejam de diferentes segmentos e/ou tamanhos. Logo, é possível aprimorar a sua solução ou criar uma completamente nova.
E o melhor, mesmo sendo uma parceria, não é preciso dividir o que foi conquistado até então, como no caso das fusões. Como resultado, a categoria é utilizada em diferentes formatos e com propósitos variados. Na China, por exemplo, é um requisito para empresas estrangeiras começarem a empreender localmente.
Para as empresas nacionais, reduz a competição e dá-lhes a oportunidade de crescer sem perder mercado. Mas as formas de uso não param por aí. Reunimos as principais informações para quem quer fazer uma joint venture ou só conhecer as chances que a modalidade oferece. Confira a seguir!
O que é Joint Venture
Joint Venture é quando duas ou mais empresas se unem para criar algo novo ou realizar uma tarefa específica. O resultado pode ser o lançamento de um produto único, diferente do que já é oferecido. Como pode, também, ser o aperfeiçoamento de alguma solução existente.
Os acordos costumam acontecer durante um período limitado, através de uma personalidade ou contrato temporário. Os frutos dessas uniões são novidades capazes de revolucionar o mercado. Neste sentido, o recurso é muito utilizado por startups que precisam dos recursos de outras para melhorar seus números.
Seja os pontos de venda, seja a tecnologia, os termos do acordo podem mudar a partir do lançamento da solução. Como dito anteriormente, tudo é feito de forma temporária. Portanto, uma das empresas pode decidir comprar as ações da outra ou manter a parceira por mais tempo.
O interessante é que os resultados obtidos são divididos entre partes. Ganhos, benefícios, dívidas, custos e riscos. Por isso, estude a empresa que você pretende se unir. As responsabilidades serão para todas as empresas participantes. Tanto os lucros, como os prejuízos.
Lembrando que as joint ventures são realizadas com diferentes finalidades, podendo atuar no setor de logística, comercial, industrial, entre outros. Costuma ser mais utilizada na expansão de negócios, visto que ao se unir com outras empresas, aumentam os recursos.
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Por que fazer Joint Venture
Existem várias vantagens de fazer uma Joint Venture. A primeira delas é se unir com outras empresas para melhorar os seus resultados, sem modificar o capital. Ou seja, as startups se ajudam e aproveitam da parceria, sem precisar fazer uma fusão. Outra vantagem é reduzir as barreiras comerciais.
Ao entrar em um mercado que a sua parceria domina, a visibilidade é maior. Isso sem falar na estrutura, que será muito melhor. Consequentemente, o desenvolvimento do novo produto ou serviço será simplificado. Desde questões referentes a internacionalização a entrada no mercado, tudo será facilitado.
Para você entender um pouco mais das vantagens da estratégia, pense em duas startups. Uma vende um produto de altíssimo nível, mas que ainda está começando a crescer. A outra trabalha com a logística de distribuição e é referência na entrega de produtos.
Às duas decidem se unir, porém, sem se tornar uma só empresa com o mesmo capital. Isso pode ser feito a partir de uma Joint Venture Contratual. Por um período determinado de tempo, elas serão parceiras. Venderão o melhor produto com as melhores condições de entrega.
É positivo para ambos os lados, que poderão aproveitar dos diferenciais de seus parceiros para melhorar seus números. Outras vantagens serão:
- obter novos conhecimentos e experiências em um setor novo;
- tornar a sua solução mais competitiva;
- decidir em conjunto com outras pessoas os próximos passos e não estar sozinho para lidar em caso de falhas;
- criar um negócio mais completo e com procedimentos mais definidos;
- expandir mercado;
- reduzir os custos de produção.
Essa união pode acontecer de dois jeitos. Sem formar uma nova empresa, a Joint Venture Contratual ou criando uma nova empresa com personalidade jurídica, Join Venture Societária.
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Quais são os exemplos no Brasil de Joint Venture
No Brasil, dois casos de joint venture chamam atenção. O primeiro, a união da Perdigão e da Sadia para a exportação de carne. Nesta parceria, a Sadia foi responsável pela produção, enquanto a Perdigão realizou a distribuição nos pontos de venda.
Dessa forma, aumentava a entrada do produto no mercado, sem deixar de lado as questões de logísticas. Ambas as marcas cresceram. O segundo caso, notório pela mídia, foi a tentativa de joint venture entre o Banco Itaú e a Mastercard. A ação, cujo objetivo era lançar uma nova bandeira, não foi para frente, alegando comprometer a concorrência.
São casos de empresas maiores, que nos fazem refletir sobre o setor de startup. Mais especificamente, de como um negócio visto como concorrente, pode gerar uma oportunidade de mercado. No nosso país, este tipo de acordo é muito comum com empresas estrangeiras.
O propósito é facilitar a entrada de uma multinacional, a medida que reduz a competitividade. Um exemplo de uma parceria recente foi a joint venture entre a Globosat (grupo Globo) e Vice Media (Disney). Em 2017, a emissora brasileira passou a distribuir produções da empresa norte-americana.
Um pouco depois, em 2020, a Disney lançou seu serviço de streaming em parceria com o Globo Play. O objetivo era aumentar o alcance da nova plataforma (Disney +), ao mesmo tempo que deixava o outro streaming mais atrativo. Portanto, enquanto startup, utilize da joint venture a seu favor.
Como fazer Joint Venture
Criar uma joint venture exige conhecimento fiscal, tributário e legal. Não é só abrir uma empresa em parceria com outro empreendedor. Exige conhecer o mercado que se deseja inserir e entender o todo. Isso porque o princípio dessa relação é conseguir enquadrar, em um mesmo cenário, duas empresas diferentes.
Para dar certo, é preciso alguns cuidados. O primeiro deles, é realizar uma due diligence com ambos os negócios. O propósito é conhecer os números reais e entender como eles podem se complementar. Para mais, é uma forma de avaliar se a parceria realmente dará certo.
Depois, é hora de definir o limite e a duração do projeto. Estes dados deverão estar no contrato, estabelecendo os termos do acordo. É preciso ter clareza a respeito do caminho seguido. Feito isso, escolha o melhor tipo de joint venture.
Pode ser um contrato horizontal, com correntes diretos trabalhando em prol de um mesmo objetivo. Como pode, também, ser vertical, com pessoas diferentes, atuando em variadas frentes. Isso sem falar nos modelos igualitários ou majoritários, sendo escolhidos conforme a distribuição de poder.
O próximo passo é definir se será uma joint venture corporativa ou não. Se o objetivo é formar uma empresa, alguns fatores legais precisam ser considerados. Já se a intenção é um agrupamento temporário, também existem regras. Em ambos os casos, crie mecanismos de dissolução ou resolução de bloqueios.
São pequenas medidas para garantir a proteção dos envolvidos. Outra boa dica é incluir um acordo de não concorrência, que pode ser muito útil em alguns cenários. Por fim, o último passo é validar e verificar a equidade do contrato. Precisa ser justo para ambos os lados.
Para quem é Joint Venture
A joint venture pode ser feita por empresas de diferentes setores e tamanhos e, até mesmo, por pessoas físicas. Como já dito, o objetivo é uma parceria que seja útil e vantajosa para todos os empreendimentos envolvidos. Algumas questões específicas podem variar.
Embora a estrutura seja de sociedade para novas empresas, por exemplo, é possível ter diferentes formatos jurídicos. Sociedade de responsabilidade limitada e corporações são só alguns exemplos. E, como vimos anteriormente, não necessariamente precisa surgir uma nova empresa dessa parceria.
Independente do formato escolhido, um contrato com os direitos e deveres é essencial. Não apenas para resguardar as questões legais das empresas, como para alinhar expectativas e criar um modelo de negócio justo. Neste documento, deverá conter:
- a estrutura da parceria (percentagens);
- como tudo vai funcionar e onde o dinheiro será armazenado;
- quais serão os recursos alocados;
- o que cada parte fará;
- como é controlada e quem gerencia;
- quais serão os investimentos iniciais;
- o que será feito ao final do acordo;
- como a joint venture irá operar (produto, tecnologia, geografia, recursos etc).
É comum que cada empresa fundadora tenha o mesmo número de ações. Desse jeito, as responsabilidades são, relativamente, parecidas. Ou seja, gestão igual e a mesma representatividade no conselho administrativo.
Qual a diferença entre um investidor anjo e um joint venture
Um erro comum é pensar que às duas palavras são sinônimos. Pelo contrário, serve para descrever modalidades de investimento completamente diferentes. Um anjo é um investidor em uma fase inicial. Para fazer parte da categoria, é preciso seguir alguns requisitos, como o patrimônio líquido e a renda.
Eles não necessariamente se envolvem na tomada de decisões. A participação é acionária, por isso, sua atuação é um pouco restrita. Da mesma forma, o lucro dependerá do percentual de ações. Já os parceiros de joint venture dividem todas as obrigações e ganhos pela metade.
Como dito anteriormente, é uma sociedade. Logo, tudo o que acontece precisa ser decidido em conjunto. Isso sem falar que o seu propósito é gerar uma nova frente de trabalhando, criada por duas ou mais empresas.
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O que um investidor anjo deve saber sobre Joint Venture
Assim como em qualquer outro tipo de transação, investir em uma joint venture possui riscos. Um dos problemas mais comuns acontece quando os parceiros possuem culturas e objetivos diferentes. O resultado disso é uma relação injusta para um dos lados ou que não consegue aproveitar seu potencial ao máximo.
O princípio de compartilhamento deve ser prioritário em todas as etapas. Até mesmo grandes projetos podem “acabar” em virtude de ações impensadas e/ou egoístas. Por isso, é essencial que o investidor-anjo estude as empresas que quer se aliar e veja se são compatíveis.
Uma parceria neste modelo só dá certo quando todos compreendem o seu papel e o que precisam fazer para o sucesso da ideia.
Como vimos ao longo deste artigo, a joint venture é uma modalidade de expansão de empresas sem dividir capital. Ou seja, é quando duas ou mais partes se unem pelo interesse mútuo de crescer. Como resultado, se estabelece um acordo justo para todos os envolvidos.
Os propósitos deste tipo de parceria são variados, desde entrar em um mercado a melhorar o sistema de logística. E o interessante da modalidade é que negócios de diferentes setores e tamanhos podem participar. Até mesmo pessoas físicas.
Para quem deseja fazer uma joint venture, é essencial ser cuidadoso. Por mais que seja um contrato temporário, falamos de um acordo em que os envolvidos respondem por ela. Tanto nos lucros, como nas dívidas. Isto posto, seja cauteloso ou cauteloso antes de investir.
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