Entenda como a inovação disruptiva impacta as startups

A inovação disruptiva é a quebra do tradicionalismo. É a inovação de produtos, serviços e setores que já existem em modelos de negócio acessíveis, práticos e mais econômicos para sociedade, indústria e startups.

A inovação disruptiva é o ingrediente X das startups. Muitas delas se baseiam em produtos e serviços que já existem, mas que precisam de inovação e melhorias. Em 1990, o professor Clayton M. Christensen, da escola de negócios de Harvard, criou a Teoria de Inovação Disruptiva. Segundo ele, esse termo está relacionado à capacidade das empresas de transformarem a indústria.

O mercado consumidor e a indústria estão em constante mudanças e isso se deve, principalmente, às transformações digitais que o mundo vem passando e a mudança da relaç!ao de consumo das pessoas. Da relação de posse, característica do século passado a relação de acesso. Nesse cenário, as startups têm grande influência sobre essas mudanças e no modo de consumir produtos e serviços.

Mas, e no mundo dos investimentos anjo? Como os investidores podem buscar e identificar startups que tem a inovação disruptiva como meta?

Acompanhe este artigo e entenda o que é a inovação disruptiva, exemplos de startups que atuam com essas transformações e como os investidores anjo buscam por esses negócios.

Vamos lá?

O que é inovação disruptiva?

A inovação disruptiva é a transformação de um mercado, setor, serviço ou produto em outro inovador. Pense, por exemplo, na máquina de escrever que se transformou em robustos computadores e, mais tarde, em pequenos notebooks.

Lembre-se também, do modelo tradicional dos bancos, onde haviam agências e tudo era resolvido presencialmente. Atualmente, os bancos digitais não tem nem mesmo agências. Tudo é resolvido online.

As transformações disruptivas não mudam somente a maneira como as empresas atuam no mercado, mas também os hábitos dos consumidores. Isso acontece porque um dos objetivos da inovação disruptiva é justamente tornar serviços, produtos e setor mais acessíveis.

Além disso, elas mudam a maneira como as pessoas lidam e se envolvem com esses negócios. Afinal, segundo o próprio professor Clayton M. Christensen, as inovações disruptivas fazem uma ruptura de modelos antigos de negócios.

Para isso, a inovação disruptiva atua em processos tradicionais, antigos e altamente burocráticos. A ideia é quebrar paradigmas e barreiras que algum mercado venha a ter. Até alguns anos atrás, fazer compras pelo celular era algo distante para muitas pessoas. Assim como ter um cartão de crédito ou conseguir um empréstimo sem sair de casa (no caso das fintechs).

Alguns exemplos de inovação disruptiva são:

  • discos de vinil x fitas x CDs e DVDs x serviços streaming;
  • lojas físicas x e-commerce;
  • controle financeiro manual (anotações à mão) x planilhas x softwares que automatizam.

Além da inovação disruptiva podemos, ainda, destacar dois tipos de inovação que podem fazer parte do vocabulário dos investidores anjo: a inovação incremental e a inovação radical. Vamos entendê-las?

A inovação Incremental

Ao contrário da disruptiva que altera serviços, setores e produtos, a inovação incremental somente implementa melhorias nos formatos já existentes. São modificações que ajudam as empresas na sua competitividade de mercado.

Um exemplo de inovação incremental é um e-commerce que passa a incrementar os seus serviços e a sua plataforma. Ou uma marca que lança novos modelos e linhas de produtos. O banco Inter, por exemplo, começou como um banco digital comum. Atualmente, já tem até uma plataforma própria para investimentos.

Inovação Radical

A inovação radical é chamada assim porque está relacionada à exploração de novos mercados e setores. Aqui, não mais falamos sobre a transformação do que a empresa já lida, mas sim a sua expansão. Porém, essa é uma estratégia que gera muitos custos, tempo e investimentos.

Ela é comum em estratégias de oceano azul, sendo que muitas dessas empresas buscam por investidores anjo justamente para investir em mudanças da inovação radical. Assim, eles levantam recursos para investir em algo novo e, principalmente, em gaps que encontram no mercado.

No entanto, é importante salientar que as tecnologias e inovações disruptivas se alteram com o tempo. Lembre-se que os grandes e robustos computadores já foram disruptivos. Processos que, antes eram inovadores e de ponta, hoje já são ultrapassados. Inclusive, esse ciclo tem acontecido cada vez mais rápido.

Porque a inovação disruptiva é importante na startup?

Uma startup é uma empresa que respira inovações disruptivas. Esses são negócios que focam justamente em inovações e acessibilidade ao mercado. É por meio dessas transformações que elas se tornam competitivas, diferentes e inovadoras.

A seguir, selecionamos alguns bons motivos pelos quais essa disrupção de inovações deve ser a base das startups. Veja só.

Ela gera acessibilidade às inovações

Tanto as startups quanto às inovações disruptivas têm um objetivo em comum: quebrar barreiras e tornar os produtos e serviços inovadores mais acessíveis. No mercado, há tecnologias, serviços e inovações que nem sempre são acessíveis a todos.

Nesse cenário, as startups que inovam prezando por essa disponibilidade e acessibilidade acabam se tornando mais competitivas. Além, é claro, de passarem a ser bem avaliadas pelo mercado. Tudo isso também chama a atenção de investidores anjo que buscam por negócios que façam a diferença no mercado e na sociedade.

Aumenta da receita

Inovações disruptivas tendem a aumentar a receita da empresa por um motivo: a novidade. O mercado, a indústria e os consumidores anseiam por novidades. Não é à toa que esse é um dos gatilhos do marketing sensorial. Mudanças benéficas relacionadas à disrupção podem gerar um aumento no número de clientes na sua startup, logo, elevam a sua receita.

Esse aumento nos ganhos também é reflexo da redução de custos. As novas tecnologias são o alicerce da inovação disruptiva e, assim, as empresas conseguem simplificar processos demorados, caros e burocráticos. Aqui, lembramos mais uma vez das fintechs e bancos digitais. Você pode imaginar o quanto eles economizando somente pelo fato de não terem tantas agências como os bancos tradicionais?

É mais simples do que parece

Ao falar em inovação disruptiva, os empreendedores e investidores podem se associar a processos complexos, caros. Porém, em grande parte das vezes, isso não é verdade. A disrupção de serviços e produtos pode ser mais simples do que você imagina. Você só precisa dos investidores certos.

A nossa tecnologia vem avançando muito e, com isso, transformar processos já não é tão complexo como antigamente. Basta olhar ao seu redor e perceber atividades, produtos e serviços rotineiros com lacunas.

Gera autoridade de mercado

Há startups que são referências quando falamos em tecnologia e transformação de mercado. Nubank, iFood, Netflix, Airbnb e banco Inter, por exemplo, tem uma imensa autoridade de mercado em seus setores. A inovação disruptiva tem esse poder de tornar o seu negócio referência.

Então, com os investidores anjo certos, os recursos necessários, controle de risco e um bom projeto, a sua startup pode ganhar autoridade. Isso acontece principalmente pela relevância. Ou seja, você passa a oferecer algo com diferencial e simples, que são as duas coisas mais buscadas pela indústria e pelos consumidores.

Por que os investidores procuram por negócios com disrupção?

Quando uma startup iniciou sua oferta para os investidores anjo, a primeira pergunta feita é: Qual o diferencial da sua empresa? O que ela tem de novidade a oferecer?

No início do artigo, falamos que a inovação disruptiva é a transformação de produtos e serviços que já existem? Exatamente por isso que os investidores anjo buscam por disrupção. Essa ruptura modifica setores e implementa a inovação, a tecnologia.

Investidores anjo buscam por startups inovadoras e ligadas a projetos diferentes, que se destaquem e gerem valor ao mercado.

Esses investidores buscam por negócios com disrupção porque eles querem investir em startups que façam a diferença. Além disso, eles buscam por negócios escaláveis que são justamente a base das startups, sendo que a disrupção, em si, tende a ser escalável.

Essa busca por disrupção tem motivo. O principal deles é que a inovação não para. A cada ano surgem novos formatos de produtos, serviços e de setores. Com isso, modelos tradicionais, mais cedo ou mais tarde, se tornam obsoletos.

Afinal, você se lembra da última vez em que entrou em uma locadora de filmes? Quanto mais inovador e de diferencial é um negócio, mais chances de ganhos e crescimento ao longo dos anos. Você colocaria o seu dinheiro em algo que tem tendência a cair no limbo do mercado? Ou procuraria negócios inovadores que tendem a ganhar diversas vertentes de um setor?


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O que a pandemia da Covid-19 criou de disrupção e oportunidades?

O Zoom — plataforma de videoconferências — atingiu picos recordes de usuários durante a pandemia. Em 2020, no segundo trimestre, eram cerca de 370 mil usuários. Isso porque a pandemia gerou a necessidade de isolamento social e muitas pessoas passaram a trabalhar em home office. Porém, os negócios não podiam parar. Então, a tecnologia se tornou a aliada.

Para que tenha ideia, houve negócios que cresceram na pandemia justamente pelas oportunidades de disrupção que foram criadas por necessidade. Startups com negócios inovadores foram capazes de elevar lucros mesmo em um momento de crise financeira quase que mundial.

O iFood, por exemplo, ultrapassou a marca de 100 milhões de pedidos, registrando um crescimento de 50% somente entre março e outubro de 2020. Esse é o resultado da inovação disruptiva: ela cria oportunidade e pode sobreviver aos mais difíceis cenários.

A pandemia criou oportunidade de disrupção uma vez que a tecnologia foi o centro de muitas empresas. Negócios tradicionais e burocráticos, como reuniões e contratações, passaram a ser resolvidas 100% online. Esse é um cenário que tende a permanecer e a crescer mesmo após a pandemia.

Empresas pretendem manter os funcionários em home office, por exemplo, porque perceberam a economia e agilidade que isso gera na empresa. Porém, isso é possível com a inovação disruptiva. Além disso, a pandemia atraiu os investimentos anjo para empresas que conseguiram inovar. Com isso, os empreendedores passaram a enxergar modelos de negócio de outra forma.

Como a inovação disruptiva impacta o mercado?

As inovações disruptivas alteram a rotina tanto de consumidores quanto de empresas e indústria, além de criar oportunidades. Essa mudança de hábitos pode ser percebida em pequenas coisas. Alguns exemplos são:

  • assistir um filme online;
  • fazer uma videochamada pelo smartphone;
  • fazer uma transferência bancária do seu sofá, sem taxas e em poucos cliques;
  • pedir almoço sem sair de casa;
  • comprar roupas e presentes sem sair de casa;
  • pedir um dispositivo de inteligência artificial para a pagar a sua luz, ou lembrar você de tomar um remédio.

As mudanças no modo de consumo e de viver dos consumidores, consequentemente, mudam a maneira como as empresas operam. Elas precisam ser acessíveis e estarem disponíveis a essas inovações. Pense só: você gostava muito de uma loja física, mas agora prefere fazer compras online pela comodidade e menores preços.

Porém, essa loja que gostava não está online. Logo, você busca marcas semelhantes que ofereçam esse formato de compra. Então, a loja tradicional vai perdendo espaço, pois o varejo digital vem dominando esse mercado. Com isso, se as empresas não se adequarem, elas correm o risco de se tornarem obsoletas.

Além disso, produtos e serviços disruptivos são mais econômicos, simples e ágeis. São esses aspectos que os consumidores vêm priorizando em sua rotina e nas suas escolhas.

A inovação também incomoda

A inovação disruptiva pode incomodar alguns setores e serviços, principalmente os tradicionalistas. Certamente você deve se lembrar das polêmicas e manifestações dos taxistas contra a Uber, por exemplo. Modelos de negócios tradicionais que, há décadas, estão no mesmo formato, precisam se adequar para se manterem no mercado.

O mesmo aconteceu com os bancos tradicionais que precisaram remodelar os seus negócios. Com a ascensão dos bancos digitais com taxas zero, eles precisaram fazer algo. Então, a inovação pode incomodar setores, porque eles precisam sair da sua zona de conforto, pois perdem clientes se também não inovarem.

Além disso, as inovações disruptivas impactam no mercado de trabalho. Não só as empresas precisam adequar os seus processos, mas os profissionais também. A profissão de datilógrafo não existe mais. 

As inovações requerem pessoas atualizadas e que saibam lidar com essas disrupções. Caso contrário ela gera demissões. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a tecnologia não tornará as pessoas desnecessárias, mas elas precisam se adequar.

E quais são os exemplos de startups disruptivas?

A inovação disruptiva não se trata de inventar algo novo. Não há nada de errado em se inspirar em empresas e produtos que já existem e melhorá-los. A disrupção é sobre isso: inovar no que já existe.

Então, se você é investidor anjo e precisa de modelos para orientar as suas escolhas, ou é empreendedor que precisa de incentivo, confira alguns exemplos para se inspirar.

Netflix

Inicialmente, a Netlflix era uma locadora de filmes. Porém, ela inovou e transformou o seu serviço em uma das maiores plataformas streaming de filmes, séries e documentários do mundo. Esse modelo de disrupção foi lançado em 2007 porque os DVDs físicos já vinham perdendo espaço.

Atualmente, ela tem cerca de 193 milhões de assinantes ao redor do mundo. Em 2019, a sua receita chegou a US$20 bilhões. Agora, imagine quantas locadoras poderiam ter tido o mesmo projeto de disrupção? Então, inove!

iFood

Você não precisa mais falar com ninguém ao telefone para pedir a sua comida. A tele entrega tradicional se tornou em um verdadeiro cardápio virtual. O iFood que é uma plataforma delivery para restaurantes e clientes surgiu em 2011.

Essa é uma das maiores foodtechs que já ultrapassou os 4 milhões de pedidos mensais. O seu modelo de negócio é a disrupção do modelo tradicional de delivery, onde o cliente precisava ligar para o restaurante.

Airbnb

Os serviços de hospedagem não foram os mesmos após o Airbnb. Criada em 2008, essa startup onde as pessoas disponibilizam suas casas, apartamentos e kitnets para viajantes. Ela passou de plataforma a um serviço de economia compartilhada.

O mais interessante é a forma como essa empresa surgiu. Sempre reforçamos aqui no portal Angels Investor Club que as inovações surgem de gaps do mercado. Os criadores do Airbnb não tinham dinheiro para pagar o aluguel.

Na cidade onde moram (São Francisco, na Califórnia) estava acontecendo uma grande feira de designer, mas os hotéis já estavam todos cheios. Então, eles resolveram alugar alguns cômodos dos seus apartamentos, como banheiro, sala e cozinha. Depois, providenciaram um colchão inflável. As pessoas que alugavam ficariam pouco tempo e estavam lá a trabalho. Sendo assim, só precisavam de um local para dormir, se alimentar e tomar banho, nada mais.

A inovação disruptiva é uma remodelagem de serviços, produtos e setores. É o processo de tornar o que é demorado, caro e inacessível, mais barato, rápido e acessível. Essa disrupção não tem limites e vem sendo o requisito principal para os investidores anjo investirem em startups.

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