A taxa interna de retorno (TIR) informa para os investidores de maneira rápida se um investimento merece ou não o seu financiamento.
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma métrica que todo investidor precisa analisar antes de optar por um investimento. Por meio dela, os investidores anjo conseguem descobrir se os negócios de uma startup estão sendo bem administrados.
Com isso, os financiadores conseguem ter uma ideia tanto a longo quanto a curto prazo das recompensas ou dos prejuízos que podem obter ao optar por determinada empresa. Sendo assim, por meio de uma fórmula matemática é possível avaliar determinados riscos.
Sabendo da importância da Taxa Interna de Retorno para os investimentos, elaboramos este artigo com a intenção de ajudar investidores e apaixonados em startups. Neste material, vamos descrever o que é a TIR, mostrar a sua fórmula entre outras informações.
O que é a Taxa Interna de Retorno?
A taxa interna de retorno (TIR) é um indicador que fornece para o investidor o percentual de retorno que um investimento pode lhe entregar. Esse termo é a tradução literal de Internal Return Rate (IRR) — denominação usada nos países que adotam a língua inglesa.
Como o seu valor é dado em porcentagem, os investidores têm maior rapidez para iniciar a análise da viabilidade de um projeto. Isso porque as métricas que oferecem números dependendo dos valores podem transmitir a sensação de um grande negócio.
O controle e conhecimento do fluxo de caixa é essencial para o cálculo dessa métrica. Afinal, a TIR usa a taxa de desconto do movimento de entrada de saída de dinheiro para que o Valor Presente Líquido (VPL) seja igual a zero.
Além disso, o VPL é um parâmetro que permite prever hoje os valores de investimentos considerando datas futuras. Ele usa o fluxo de caixa e taxas atuais. Ele é parte integrante do cálculo da TIR.
Como calcular a TIR?
O cálculo da taxa interna de retorno é feito por meio de uma fórmula matemática. Atualmente, existem planilhas e aplicativos que fornecem esse percentual em segundos. No Entanto, para entender melhor o seu conceito, a fórmula da TIR é:
Conheça os componentes usados na fórmula de cálculo da taxa interna de retorno (TIR)
- VPL = Valor Presente Líquido;
- T = período total;
- t = cada período;
- FC = fluxos de caixa;
- TIR = Taxa Interna de Retorno.
Inicia-se o cálculo inserindo o valor inicial do investimento FC = 0, como negativo. Em seguida, acrescentam-se as previsões dos fluxos por períodos, por exemplo, em anos. Deve ser estipulado a taxa mínima de atratividade para comparação com o resultado da fórmula.
A taxa mínima de atratividade ou TMA, para os íntimos, é um percentual que os investidores estipulam para ter um norte para avaliar um negócio. Dessa maneira, ela ajuda a determinar se o resultado da TIR está dentro das suas expectativas.
Além disso, devemos esclarecer que, para que a TMA seja determinada de maneira coerente é necessário considerar o ramo de negócio e a realidade do mercado. Ou seja, cada empresa entrega um percentual próprio de lucro e, o período da economia tem influência direta em todas as taxas financeiras.
Como interpretar o resultado da TIR?
Após lançar os valores dos fluxos de caixa em relação ao número de meses ou anos considerados para o investimento é hora de analisar o resultado. Se a TIR for maior que a taxa mínima de atratividade (TMA) dos financiadores estamos diante de um bom negócio.
Quando a taxa interna de retorno está igual a TMA o investimento não é ruim nem bom. Porém, se a TIR estiver menor que a taxa mínima de atratividade há o risco de não ser um negócio economicamente viável, podendo até levar a prejuízos para os financiadores.
Numericamente falando, imagine que os investidores determinaram uma TMA de 12,5% e o resultado dos cálculos demonstra um percentual de TIR igual a 15%. Como a taxa interna de retorno foi maior que a de atratividade, esse é um bom investimento.
Entenda outra maneira de analisar a TIR: imagine um investimento inicial de R$ 1.000,00 com taxa anual de 9% ao ano e outro no mesmo valor em sete meses com 15% de rentabilidade.
Teoricamente, o segundo investimento é muito melhor que o primeiro. Pois, os investidores conseguirão um retorno de dinheiro maior em um prazo bem menor. Esse é o sonho de qualquer financiador.
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Porque os investidores precisam conhecer a Taxa Interna de Retorno?
Provavelmente, os investidores mais experientes já conhecem a Taxa Interna de Retorno. Isso porque grande parte deles são profissionais bem-sucedidos tanto em investimentos quanto no ramo de empresas convencionais ou no ecossistema de startups.
Sendo assim, para obterem sucesso nas suas ocupações anteriores, certamente, foram bons analistas de indicadores financeiros. Afinal, o objetivo de qualquer tipo de negócio é o de lucrar, caso contrário não há razão para investir tempo e dinheiro.
Assim, vimos que o conhecimento dessa taxa fornece dados para esses investidores analisarem os retornos e as rentabilidades dos projetos das startups que pretendem financiar. E, além do valioso capital financeiro, eles ajudam as empresas com mentoria.
Portanto, os investidores são também coadjuvantes das empresas. As suas interpretações e recomendações são valiosas para os fundadores das startups. Elas podem viabilizar ou não novos projetos.
Qual a vantagem de aplicar a TIR?
A vantagem da aplicação da taxa interna de retorno é a rapidez que ele demonstra por meio de uma fórmula a rentabilidade de um investimento. Ela já abre um alerta positivo ou negativo de novos projetos tanto para os investidores quanto para os empreendedores.
Quando aplicar a TIR?
O cálculo da Taxa Interna de Retorno deve ser usada sempre que houver a necessidade de saber se vale a pena investir em uma empresa ou em um novo projeto. Isso porque negócios ruins existem e, às vezes, em maior proporção que os bons.
Um investimento mal feito ou um projeto com baixo retorno, podem prejudicar anos de trabalho e recursos financeiros e de tempo de investidores e empreendedores. Portanto, em caso de novos negócios o recomendado é fazer uma análise usando a TIR.
Quais são as desvantagens da TIR?
Sabemos que a matemática não mente e os números quando não são manipulados são totalmente confiáveis. Porém, devemos alertar que apenas um indicador, seja qual for, não pode ser usado sozinho, pois a análise isolada apresenta desvantagens.
Por exemplo, projetos com períodos prolongados podem apresentar baixo percentual de TIR. No entanto, os ganhos para o empreendimento são constantes. Sendo assim, mesmo que a taxa interna de retorno seja menor que a TMA o investimento pode ser bom.
Do contrário, projetos com prazos curtos, podem demonstrar altos índices de Taxa Interna de Retorno, mas entrega pouco valor para a empresa. Ou seja, o imediatismo pode maquiar os dados e o investimento ser ruim no final.
Outro fator que afeta a rentabilidade de um investimento é o fluxo de caixa. Ele deve apresentar-se positivo do início até o fim do projeto. Se em algum momento esse movimento ficar negativo é preciso reinvestimento, isso acarretará custos para o capital.
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Quais são os indicadores que ajudam a análise da TIR?
Como dissemos, a rentabilidade de um investimento e a saúde financeira de uma empresa depende de várias métricas. Sendo assim, o conhecimento e a análise delas auxiliam um investidor a bater martelo com mais segurança.
Conheça os principais indicadores que devem ser usados para apoiar a determinação de um diagnóstico assertivo para o investimento em uma startup:
- Retorno sobre Investimento (ROI)
- liquidez patrimonial;
- margem bruta;
- índice churn;
- churn receita;
- Custo de Aquisição de Clientes (CAC);
- receita líquida por funcionários;
- payback time.
Entenda o que significa cada uma dessas métricas dentro de um negócio.
Retorno sobre investimento (ROI)
A métrica de retorno sobre investimento é parente da TIR. O seu próprio nome já traduz a sua função. O acompanhamento desse índice acontece durante o projeto. Seu cálculo é mais simples ainda. ROI = ((Receita – Custos) / Custos) * 100.
Liquidez patrimonial
A liquidez patrimonial é o capital que o empreendimento tem em caixa. Esse é um dado que indica o dinheiro que a empresa tem no momento para honrar com os compromissos atuais e futuros. Quando seu valor é positivo indica uma boa saúde financeira da empresa.
Margem bruta
A margem bruta é um em percentual que fornece a relação entre a receita e o custo dos produtos comercializados pelo empreendimento. Sendo assim, ela entrega para o investidor a lucratividade do negócio.
Churn rate
Churn rate é um indicador utilizado para identificar a quantidade em porcentagem dos clientes que uma empresa perde em determinado período. Seu cálculo demonstra a evasão de consumidores independentemente das razões. Sejam elas, voluntárias ou involuntárias.
Churn receita
O churn receita — conhecido em inglês como MRR churn (Monthly Recurring Revenue) — é a receita recorrente que considera os clientes que cancelaram os contratos. Nesse caso, o analista desse indicador tem acesso ao valor em dinheiro e não em porcentual.
Custo de aquisição de clientes
O custo de aquisição de clientes, muito conhecido por suas iniciais “CAC”, é uma métrica que determina quanto a empresa investe para atrair novos consumidores. Os recursos para isso, não podem ser onerosos a ponto de prejudicarem a sobrevivência do negócio.
Receita líquida por funcionários
A receita líquida por funcionários mostra a relação entre o faturamento líquido e a quantidade de colaboradores. A análise desse indicador serve para informar qual é o impacto dos colaboradores no faturamento do empreendimento.
Payback time
O payback é um indicador que demonstra em quanto tempo um investimento vai entregar retorno para os investidores. Entenda que essa métrica é muito importante para as startups pois elas precisam escalar e expandir rapidamente.
Esperamos que tenha entendido a importância da taxa de retorno para os investimentos. O curioso é que ela faz com que os investidores apliquem outros indicadores como o VPL, TMA entre outros. Sendo assim, essa métrica, aliada às outras possibilita a compreensão da viabilidade de um empreendimento de maneira mais acertada.
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