Negócios sociais e startups: entenda como andam juntos

Negócios sociais são organizações que visam gerar impacto na sociedade, você já ouviu falar sobre? Confira no blog!

Toda organização que busca gerar impacto positivo na sociedade através do seu produto ou serviço pode ser considerada um negócio social, mas nem todas são startup 

Negócio social é um termo que surgiu a pouco tempo e é utilizado para categorizar empresas que buscam impactar positivamente a sociedade. Ao observar o mercado e como ele se organiza, é possível identificar três tipos de setores, o primeiro, o segundo e o terceiro setor.

No primeiro setor enquadra-se instituições públicas que representam e atendem os interesses e as necessidades da população que encontra-se em seu território. Pode-se citar aqui as escolas, o governo, as prisões, o exército, os hospitais públicos e mais.

No segundo setor estão as empresas privadas, que criam produtos e serviços para atender a necessidade de um público específico, mas com objetivo de gerar receita para elas mesmas. Empresas como Magazine Luiza, Amazon, Mercado Livre e Americanas fazem parte desse setor.

Já no terceiro setor encontram-se as instituições de cunho social, que foram criadas para solucionar ou amenizar algum problema de caráter público, da sociedade, e não buscam por fins lucrativos. Os negócios sociais e as ONGs se encaixam nesse setor.

Neste artigo, você terá acesso a todas informações importantes acerca dos negócios sociais: o que são, porque são importantes, como prosperam, como funcionam, como é o mercado e mais. Se tem interesse em saber sobre o assunto, então não deixe de conferir os próximos parágrafos, pois vamos compartilhar tudo com você!

O que são negócios sociais?

Negócios sociais são aqueles que visam gerar impacto social ao invés de lucro. Eles são conhecidos como organizações do terceiro setor que prestam serviços de caráter público e não buscam por fins lucrativos. Esses negócios unem:

  • A necessidade de impacto social;
  • Geração de receita para seu autossustento.

Ou seja, os negócios sociais buscam impactar positivamente a sociedade, de modo que consigam, por exemplo, aumentar a perspectiva de pessoas marginalizadas e criar renda e autonomia financeira para as pessoas de classe baixa.

Esse tipo de organização tem características que se assemelham tanto às ONGs como aos empreendimentos tradicionais. Isso porque ele tem uma missão social, mas também gera receitas para quitar seus custos, sendo, portanto, autossustentável.

Como surgiu o termo?

O termo negócio social adveio da década de 1970, quem o criou foi o economista Muhammad Yunus que inconformado com o cenário social e a pobreza de seu país, Bangladesh, desenvolveu um banco de microcrédito voltado para os pobres e necessitados.

Muhammad Yunus viu uma necessidade, constatou que aquele público estava esquecido e não era contemplado pelos modelos de negócio do primeiro setor (Estado) e segundo setor (mercado), por isso resolveu criar uma solução, desenvolvendo então o banco de microcrédito.

A instituição financeira foi nomeada como Grameen Bank e logo passou a ser conhecida por não necessitar de garantias e não dispor das exigências tradicionais dos bancos comerciais, abrindo espaço para pessoas que ora eram marginalizadas, conseguindo uma oportunidade de empréstimo, transformando a vida delas.

O banco foi crescendo e mais tarde se tornou um banco oficial para disponibilizar empréstimos aos pobres, principalmente para as mulheres da zona rural de Bangladesh. Por ser um modelo de negócio inovador, ele inspirou outras pessoas a desenvolverem uma nova forma de fazer negócio e a partir daí, o conceito foi implementado em todo o mundo.

Negócios sociais e startups: são a mesma coisa?

Qualquer empresa que tenha como foco a maximização do impacto social e que seja autossustentável pode ser considerada um negócio social, mas ela não necessariamente precisa ter a tecnologia como seu principal instrumento de transformação. Isso significa que nem todo negócio social pode ser categorizado como startup.

Mas existem as startups sociais, que são organizações que se enquadram no terceiro setor porque fazem uso da solidariedade e da tecnologia para atuar em cima de uma causa.

Hoje em dia, a grande maioria dos novos negócios que prestam serviços sociais e concebem desenvolvimento econômico são startups, por isso os dois termos andam juntos.

Por que são importantes?

Os negócios sociais são capazes de transformar o mundo porque atuam para fazer a diferença na vida de muitas pessoas, sendo, portanto, este o principal motivo o leva ser tão importante para a sociedade. Mas, há outras vantagens que os negócios sociais dispõem. Veja algumas:

  • São autossustentáveis, então não dependem de doações para atuarem. Ao contrário, geram renda para quem desempenha o trabalho;
  • É um negócio que relaciona o dinamismo, a eficiência, a inovação de empresas tradicionais e, ainda, a consciência social, ou seja, ele contém só os benefícios dos demais modelos de negócio;
  • As empresas sociais têm um significado por trás da sua existência, a levando dispor de um propósito muito forte, isso gera maior conexão com as pessoas que se relacionam de alguma forma com ela;
  • Os lucros podem ser destinados a outros negócios sociais, impactando ainda mais na sociedade.

Como funcionam os negócios sociais?

Na prática, os negócios sociais se caracterizam como uma organização de diversas naturezas jurídicas, sendo criado a partir de uma grande necessidade do mercado. Sendo importante nesse processo de identificação conhecer seu público, as oportunidades e riscos.

Como um negócio que dispõe de características do modelo tradicional, eles geram a própria receita através da venda de produtos ou de serviços que são voltados para causas sociais ou ambientais.

Em outras palavras, os negócios sociais geram seu próprio lucro, mas de acordo com Yunus, os investidores não devem obter lucro, somente recuperar o investimento realizado. Portanto, todo o valor recebido deve ser reinvestido na própria organização.

Mas atualmente é possível encontrar negócios sociais em dois modelos: que revertem o lucro em mais benefícios para a sociedade é aquele que funciona como uma empresa tradicional, mas com alguma causa.

Como os negócios sociais prosperam?

Todos os negócios sociais são autossustentáveis, o que significa que eles geram sua própria receita. Mas há várias formas que podem permitir o funcionamento um negócio social:

Compensação cruzada

Os consumidores adquirem um produto ou serviço para facilitar a aquisição dele por pessoas menos favorecidas. Ou seja, os lucros gerados na compra do produto ou serviço são usados para subsidiar um público mais necessitado.

É comum marcas fazerem campanhas de “na compra de um produto outro é doado para um público X”.

Taxa pelo serviço

O benefício social é fornecido mediante inovação ou de preços acessíveis, portanto os beneficiários pagam diretamente pelo produto ou serviço entregue pela organização social.

Emprego e treinamento

Neste modelo de negócio social, a finalidade é disponibilizar um salário justo e o desenvolvimento de competências e habilidades dos próprios funcionários.

Intermediário de mercado

O negócio atua como mediador ou distribuidor de um mercado, os beneficiários são os fornecedores do serviço ou produto, assim os fornecedores dividem os mesmos valores. 

Conector de mercado

A organização social que faz a conexão de mercado. Ele, como o nome já diz, media as transações realizadas entre o mercado e os beneficiários, como por exemplo uma empresa que conecta patrocinadores com criadores de projetos sociais.

Apoio independente

Uma organização com apoio independente entrega um produto ou serviço para o mercado externo diferente do produto entregue pelos beneficiários sociais. Como é o caso da Eukarya, que a cada cada produto vendido, se responsabiliza em plantar uma árvore em uma área devastada por incêndios florestais ou que haja desenvolvimento urbano impactante.

Cooperativa

A cooperativa é um negócio constituído pelos próprios membros, ou seja, nesse modelo social de negócio, os próprios membros usam os serviços gerados.

Panorama do mercado

De acordo com um levantamento realizado pela Pipe.Social houve um crescimento de 73% nos negócios categorizados como “de impacto social positivo”, entre os anos de 2017 e 2019. No Brasil até então havia um pouco mais de mil organizações consideradas sociais.

Mas este número pode ser ainda maior, pois existem negócios que estão no mercado há anos e, apesar de atuarem como um modelo de gestão tradicional, eles  geram um impacto positivo na sociedade.

Basta observar a empresa Tesla, por exemplo, apesar de não ser brasileira. Ela desenvolve automóveis elétricos, mas que tem como grande propósito acelerar a implementação de energias sustentáveis no mundo e, assim, reduzir a emissão de gases que causam o aquecimento global, dispondo de um grande impacto social.

Conforme um levantamento feito pela Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs), os negócios voltados para o impacto social têm movimentado cerca de US $60 bilhões em nível global, registrando um aumento de 7% em todo o ano.

Em outra pesquisa realizada com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), foram destinados US$ 1,3 bilhão em investimentos em 2014 e 2015, isso apenas na América Latina. O Brasil foi o segundo maior a receber esses investimentos.

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