Investir em startup: por que, quando e como fazer

Você sabe como investir em startup? Consegue responder o porquê e o como fazer? Leia este artigo e entenda como funciona esse ecossistema.

Investir em startup requer sair da zona de conforto e partir para um ecossistema de empresas inovadoras e tecnológicas com tendência de crescimentos exponenciais. 

A cada momento, o ato de investir em startup vem conquistando investidores e empreendedores brasileiros. Esse conceito de empresas que teve início no Estado da Califórnia, na região do Vale do Silício, nos Estado Unidos, já faz parte do nosso dia a dia. 

Os seus atendimentos diferenciados, monitorados e desenvolvidos por meio de recursos de inovação e tecnologia estão em todos os segmentos do mercado. Isso, além de trazer benefícios para os consumidores, têm transformado empreendedores e investidores em milionários.

Constantemente, recebemos notícias sobre a criação de novos produtos e serviços mais acessíveis para os usuários. Como no caso das fintechs que abrem contas correntes, concedem cartões de crédito e a possibilidade de investimentos utilizando apenas os seus aplicativos instalados em smartphones.

Não é à toa que as empresas desse segmento e muitas outras vêm recebendo aportes de investimentos nacionais e estrangeiros. Fazendo com que aqueles que apostaram nelas desde o início obtenham grandes retornos financeiros.

Para entender por que, quando e como fazer investimentos em startups, elaboramos este guia em forma de dicas. Queremos ajudar você a tomar a decisão que talvez seja uma das mais importantes da sua vida pessoal e profissional. Boa leitura!

Entenda o ecossistema das startups 

Nos sistemas tradicionais de empresas, o ambiente de negócios é denominado como mercado. Já no caso das startups o termo comumente utilizado pelos agentes desses tipos de empreendimentos é o ecossistema. 

Isso acontece porque todos os envolvidos no processo trabalham de maneira mútua. Da mesma forma que acontece no mundo da biologia onde os vegetais, os animais e todo o meio ambiente colabora para que todos sobrevivam.

Os agentes envolvidos são também conhecidos como players. Dentre eles você pode imaginar toda uma cadeia de pessoas e instituições privadas ou públicas que apoiam as startups para que eles cresçam.

As startups recebem apoio financeiro dos investidores anjo e das plataformas e grupos de investimentos, além de mentoria das universidades, dos governos Federais, Estaduais e Municipais.  

Dito isso, entender o mercado dessas empresas que atuam na área de inovação e tecnologia é um passo fundamental tanto para investidores quanto para fundadores (empreendedores).  

O objetivo das startups, além de serem o de alcançarem crescimentos e se tornarem milionárias ou bilionárias, é romper o mercado tradicional. A intenção é a de atingir um maior número de usuários e melhorar as suas experiências de consumo de produtos e serviços.

Para conseguir tudo isso, as startups atuam em praticamente todos os segmentos possíveis do mercado. A diversificação de atividades e a maneira diferente de atender os clientes é que tem feito esses tipos de empresas se tornarem tão atrativas e bem-sucedidas.

Um recurso para entender esse ecossistema é ficar atento a todo o tipo de informação que venha de organizações de idoneidade garantida. Atualmente, a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), fornece periodicamente radares com relatórios de dados positivos ou negativos desse setor.  

Conheça os tipos de startups

Atualmente, as startups estão presentes em diversos segmentos do mercado e buscam oferecer de maneira diferenciada produtos e serviços. 

Os principais tipos de startups são

  • fintechs;
  • health techs;
  • insurtech;
  • proptech; 
  • retailtech;
  • legaltech; 
  • HRtech; 
  • martechs
  • agtechs;
  • edtechs. 

Agora, vamos entender em que setores elas atuam. 

Fintech

As fintechs oferecem produtos e serviços financeiros. Trabalham com cartões de crédito e débito, empréstimos e seguros, por exemplo. Assim como os bancos tradicionais, elas precisam ser aprovadas pelo banco central e seguir as suas regulamentações.

Healthtech

São empreendimentos voltados para a área de saúde, oferecendo produtos tanto na rede pública quanto privada. Grande parte deles atuam também desenvolvendo aplicativos e softwares para médicos, hospitais e governos. 

Insurtech

As Insur Techs são startups que atuam no setor de seguros. Buscam otimizar e revolucionar os produtos e serviços das corretoras tradicionais. Por trabalharem 24 horas online, facilitam os atendimentos tanto nos casos de sinistros quanto para venda de contratos.

Proptech

As proptechs são startups do segmento imobiliário. A intenção é diminuir alguns bloqueios e barreiras das empresas do setor imobiliário convencional. Por meio dos algoritmos dos seus softwares entendem os gostos dos consumidores e oferecem imóveis adequados aos diferentes perfis. 

Retailtech

A palavra retail da língua inglesa significa varejo. Portanto, as retailtechs são startups de inovação e tecnológica que apoiam o setor varejista. Essas empresas buscam soluções, como ferramentas e plataformas, para facilitar a rotina dos setores que oferecem produtos  para consumidores que compram no varejo, ou seja, os usuários finais.

Legaltech

As startups denominadas como legaltechs ou lawtechs atuam buscando soluções para o setor jurídico. Os seus softwares facilitam os serviços das rotinas dos advogados e de seus escritórios. Assim, os processos que esses profissionais estão trabalhando podem ser agilizados.

HRtech

As HRtechs são startups criadas por empreendedores que perceberam que podem colaborar com os departamentos de recursos humanos das organizações. Apresentam softwares que automatizam esse setor por meio de ferramentas que auxiliam as suas rotinas em seus processos de contratação e análises de perfis de candidatos.

Martechs

Os desenvolvedores das startups conhecidas por Martechs são indivíduos que entendem o segmento de marketing. A partir disso, criam tecnologias específicas para otimizar esse setor. Por meio de processos com base em inovação, oferecem análises detalhadas para tornar os produtos e serviços de seus clientes conhecidos pelos consumidores.

Agtech

O agronegócio também denominado com agribusiness em nosso país é sem dúvida um mercado que está sempre oferecendo bons resultados. As Agtechs foram criadas para facilitar esse setor da economia que abrange a agricultura, a pecuária, a indústria e o transporte. 

Edtech

Para inovar e aderir tecnologias o segmento da educação conta com as Editechs. Essas startups têm o objetivo de facilitar por meio de suas inovações os processos de ensino e aprendizado. Seja no ensino presencial ou a distância. Atuam tanto nas instituições privadas quanto nas públicas.

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Compreenda os tipos de investimentos

Desde os primeiros passos até atingir o crescimento exponencial, como a entrada na bolsa de valores, a startup precisa de vários tipos de investimentos. Quem atua ou pretende entrar nesse ecossistema deve compreender os principais financiamentos. Veja agora quais são eles:

  • investidor anjo;
  • bootstrapping;
  • love money;
  • crowdfunding;
  • venture capital (VC);
  • private equity (PE).

Entenda melhor como funciona cada um deles.

Investidor Anjo

Os investidores anjo são empreendedores que em muitos casos não os conhecemos, mas que têm a função de nos ajudar. A grande parte das startups começam apenas por meio de projetos. Entretanto, para que essas ideias sejam colocadas em prática precisam de capital.

Nesse momento, aparecem os investidores anjo. São pessoas que além de oferecer investimentos em forma de dinheiro, podem colaborar também com mentoria e aconselhamento. 

Normalmente, são indivíduos bem-sucedidos em seus próprios negócios e estão em busca de diversificação de investimentos e entregar boa parte do seu conhecimento com o chamado Smart Money as startups que investem. Os seus primeiros aportes tendem a ser a partir de R$50.000,00. Habitualmente, arriscam cerca de 5 a 10% das suas reservas de capital.

Bootstrapping

Nem sempre o fundador de uma startup precisa de dinheiro para dar os seus primeiros passos. O investimento denominado bootstrapping acontece quando o aporte financeiro é feito pelo próprio empreendedor

Essa situação ocorre quando esse fundador é dono de outros negócios e tem recursos financeiros para financiar uma nova ideia. Em alguns casos já tem uma estrutura para iniciar um projeto, por isso resolveu criar uma startup. Ou pode ser que por questões estratégicas não haja muito tempo para aguardar os investidores anjo chegarem.

Love money

Love money (ou “dinheiro do amor” em tradução literal) é uma modalidade de investimento obtida por pessoas com laços familiares e de amizade com o fundador da nova empresa.Os aportes partem de investimentos de pessoas com confiança e carinho no empreendedor. 

No entanto, precisam estar cientes que startups são negócios de risco e com baixa liquidez. 

Sendo assim, podem perder o capital investido ou demorar para receber os seus benefícios. Portanto, cabe ao fundador da empresa esclarecer os riscos do negócio.

Crowdfunding

O crowdfunding é um tipo de financiamento coletivo gerenciado por plataformas próprias  de investimento em startups. Essa é uma boa opção para os investidores que não têm muita experiência nesse ecossistema e querem correr grandes riscos sozinhos.

Para as startups essa é uma maneira com menor burocracia. Isso facilita essas novas empresas que ainda não têm histórico no mercado. Elas fazem o cadastro na plataforma, apresentam os seus projetos e assim que estiver tudo aprovado recebem os aportes combinados.

Um dos grandes atrativos de segurança do crowdfunding para startups é que esse investimento é regulamentado pela CVM. A Comissão de Valores Mobiliários criou a instrução 588. Esse documento oferece segurança jurídica para investidores e investidas. 

O crowdfunding para startups é dividido em duas modalidades:

  • equity crowdfunding: onde os investidores aguardam como retorno cotas acionárias nas startup;
  • debt crowdfunding: os investimentos funcionam como um empréstimo e a startup deve pagar o valor do aporte com juros e taxas combinadas com a plataforma.

O crowdfunding costuma ser confundido com as vaquinhas online. Ambos apresentam algumas características semelhantes, por exemplo, os aportes são feitos em grupos pela internet. 

Porém, não devem ser confundidos, pois as vaquinhas têm a intenção de levantar doações para usos e situações de produtos ou serviços específicos. Já no crowdfunding para startups o objetivo é investir em empresas de inovação para que essas cresçam no mercado.

Venture capital (VC)

O venture capital é também conhecido como capital de risco. Os seus financiamentos são formados por meio de fundos de investimento em participações (FIPs). O VC também tem regulamentação da comissão de valores mobiliários.

Algumas modalidades desses fundos podem ter ativos no exterior. Isso possibilita que as startups nacionais possam receber e operar em aplicações do mercado internacional. O investimento em venture capital busca startups que já tenham, pelo menos, o perfil do público-alvo definido.

Private equity (PE).

Os investimentos da modalidade private equity ou PE, são alternativas de financiamentos com fundos de empresas de capital privado. Apoiam startups que ainda não chegaram na bolsa de valores, mas já estão em uma fase de amadurecimento próximo de atingir essa meta.

Para receber os seus aportes as startups precisam ter projetos definidos. Precisam estar em processos constantes de crescimento e comprovar a expansão ou a sua necessidade. Além disso, devem demonstrar que se encontram em estágios adiantados de profissionalização.

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Estude sobre as rodadas de investimentos

Os investimentos em startups passam por processos denominados fases e rodadas de investimentos. Elas podem variar de acordo com a idade e tamanho da empresa.

Essas são algumas das variáveis que ajudam definir quais são os financiamentos que o empreendimento está apto a receber aporte.  

As rodadas de investimento das startups são: 

  • pré-seed;
  • seed;
  • série A;
  • série B;
  • Série C.

Compreenda cada uma delas e as suas rodadas com mais detalhes. Acompanhe.

Pré-seed

Seed significa semente. Logo, o pré-seed é uma fase em que a startup é apenas uma sementinha ou como alguns dizem um pequeno embrião. Nessa rodada de investimentos, os investidores anjo são os pais, cônjuges e amigos dos fundadores, ou seja, os moneylovers que já citamos acima.

Seed

Na etapa de financiamento denominada como seed, os empreendedores já têm em mente características dos perfis de seus usuários. Com isso conseguem definir as personas para  as estratégias de marketing. Nessa fase as empresas já não são apenas projetos gráficos, já são empreendimentos reais.

Série A

Na série A podem aparecer investimentos de fundos das private equity e de alguns capitais de risco. Elas apostam no plano de negócios e já visualizam um potencial poder da startup expandir no mercado. 

Os aportes podem variar em rodadas entre R$ 2.000.000,00 a R$ 20.000.000,00. Nessa fase, a empresa busca conquistar outros tipos de usuários e trabalha para lançar novos produtos e serviços.

Série B

Na fase série B os financiamentos seguem nas casas das dezenas de milhões. Os motivos de novos aportes são semelhantes às razões da fase anterior. Aqui continuam os mesmos perfis de investidores, plataformas e fundos de investimentos.

Porém, para diferenciar esse momento da série A, os seus aportes precisam ser mais ousados, do contrário continuam na fase anterior. É preciso ofertar valores cerca de duas a três vezes acima da fase A. 

Série C

Atualmente, a série C é considerada como a última rodada de investimento nas startups. Aqui já estamos tratando com as empresas com status de unicórnio. Sendo assim, o empreendimento já conquistou os seus bilhões e passa a ser conhecido no mercado internacional. 

Nas rodadas da série C, a startup pode estrear ou já estreou na bolsa de valores. Isso quer dizer que está próximo ou já lançou o seu Initial Public Offering (IPO). Com isso pode contar o apoio de investidores estrangeiros. Os empreendedores oferecem ações (papéis) e recebem investimentos em dinheiro.

Participe de redes de investidores

Outra maneira de ser bem-sucedido no mundo das startups é a participação em redes de investidores. Isso porque essas empresas a cada momento atraem mais pessoas. Seja para quem pretende apenas empreender, seja para aqueles que se interessam em investir.

Com a chegada de mais e mais pessoas aparecem dúvidas, esclarecimentos, novas ideias e opções de negócios e diversificação de financiamentos e de segmentos do mercado. Essas são ótimas plataformas para ajudar a aumentar a rede de relacionamentos (networking).

Talvez umas das maiores vantagens dos grupos e comunidades de investidores é a oportunidade de aprender com pessoas experientes que já atuam no mercado. Aproveitar exemplos das suas vitórias e fugir das situações que levaram a prejuízos.

Essas redes podem ser comparadas com as escolas para entender o ecossistema de startups. A vantagem é que os participantes não precisam passar por processos teóricos já que vão direto para as atividades práticas. O benefício é que tudo isso pode ser feito pela internet, ou seja, online. No conforto de casa ou do escritório.

Então, essas são as nossas dicas principais para quem pretende investir em startups. Acreditamos que com essas informações você pôde entender o como, o quando e porque investir nessas empresas. 

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